Lívia LafaieteDobro algumas roupas com Patrícia que sorri abertamente para cada um dos adereços de bebê, enquanto Maria abre mais e mais sacolas com caixas dentro cheias de roupinhas brancas, vermelhas e amarelas. Por não sabermos o sexo do bebê, minha mãe biológica resolveu aparecer com todos esses presentes para o futuro neto ou neta.A escolha das cores mais neutras alegrou o meu coração, retirando um pouco do peso que se acumulou nos últimos dias pelas discussões com Bruno. É incrível como pequenos gestos podem mudar nossa visão das pessoas. "Olha só esses sapatinhos Lívia." A mulher abre uma caixa com vários sapatos minúsculos.Avanço rapidamente para perto dela segurando um par de mini ALL stars branco."Ahhhh por Deus que coisa mais fofa, senhora Vasquez." "Ah meu Deus digo eu, Patrícia, me chame de Maria por favor, esse senhora faz com que sinta que estou na terceira idade." Ela responde minha amiga sorrindo.Patrícia sorri acenando mais uma vez, já deve ser a terceira vez
Gianni Lafaiete"Henrique Castilho foi condenado pela lei da famiglia." Mattia Bianchi pronuncia para os outros conselheiros sentados na mesa esperando. "Ele não passou por esse conselho.""Precisa de mais provas do que a nossa palavra, Dante?" Questiono o caporegime"Acredito na palavra do comando da famiglia, mas não acho de acordo que seja dito que um homem integrante do conselho tenha sido condenado sem ter passado pelo julgamento do mesmo, quando seu próprio sobrinho esperou a nossa reunião para ser julgado." Apoio os cotovelos na mesa grande enquanto os outros homens concordam com as palavras dele. "A culpa do bastardo não estar diante de vocês é minha, quando soube da gravidade dos crimes o sentenciei a morte sem esperar pela reunião." Rizzo abre a boca pela primeira vez em meia hora."Quais os crimes dele, Subchefe?" Afonso pergunta soprando a fumaça do charuto.Essa merda de reunião atrasou por causa dele, com essa maldita política.Observo todos os seus movimentos com cau
Bruno Lafaiete Os meses se passaram tão rápidos quanto o banho morno no qual estou levando as perguntas de Livia, apesar de tentar a todo custo frear suas preocupações a mulher parece ter um faro para as coisas erradas que faço. Sentados ao redor de uma mesa em um dos restaurantes favoritos do Don na Calabria, observo as três mulheres conversando amenidades Patricia é a única que aparenta algum tipo de desconforto ao redor da antiga superior do orfanato. Uma semana dentro da mansão, herdada por Gianni ao ser o primogênito, mas sendo o berço de todos os filhos da familia Lafaiete, concordar com Livia em descobrir o sexo do bebê somente no nascimento foi mais como uma maneira de evitar mais uma preocupação em cima dos meus ombros. Quanto mais trabalho ao lado de Becca e Marcos para cortar todas as pontas soltas dentro do conselho, fico com a sensação de estar com a corda no pescoço, prestes a perder todo o ar. "Amor?" Dedos pequenos tocam a minha mão, encaro os belos olhos escuros
Magnólia Williams Com as batidas descontroladas do coração, não consigo responder direito à Patrícia, a vergonha domina todo o meu corpo deve estar evidente em cada traço do rosto. "Preciso ir ao banheiro, vamos comigo Magnólia?" Ergo o olhar para a voz suave de Anne do outro lado da mesa se afastando, sem esperar por uma resposta."Claro." Murmuro mais para mim do que para os outros.Ao andar pelo lugar sinto as pernas trêmulas, fecho os dedos buscando controlar a respiração. Quando abro a porta do banheiro, Anne está verificando cada uma das cabines, a mulher com a barriga de oito meses sem nenhuma expressão no rosto acena com a mão fazendo um gesto para trancar a porta.É o que faço, durante todo esse tempo não invadimos o espaço uma da outra, na verdade Anne parece bem confortável e conformada com a situação na qual vivemos. Muitas vezes Gianni envia jarros de flores para a mansão, então, ela encontra uma maneira discreta de entregar os lírios que tanto amo junto com os pequen
Magnólia Williams "Bater os pés não vai fazer o tempo passar mais rápido." "Pelo amor de Deus, me deixa em paz Anne."Ela cruza os braços finalmente fechando a boca, enquanto a minha mente parece perder um pouco de sanidade a cada instante que passa esperando pelo resultado desse teste. Quando Anne se mexe pegando o pequeno palito branco soltando um suspiro, ergo o corpo da cama quase em um pulo, um sorriso pequeno e de alivio preenche seus lábios, no pequeno visor um negativo causa uma confusão dentro do meu coração. "Desculpe por ter enlouquecido dessa maneira, Magnolia, você não sabe como é conviver com outras crianças sendo maltratadas por ser um bastardo." Ela suspira amarrando os fios longos antes de passar a mão na barriga. "Pior do que isso só o filho de um traidor, imaginar o meu filho passando por algo assim, me deixa transtornada, tome mais cuidado tá bem?!"Aceno com a cabeça, deixando ela falar mais alguma coisa da qual não presto atenção, enquanto ela sai de dentro do
Gianni Lafaiete "Que porra!" Grito perdendo o último resquício de calma que ainda tinha. Abro a porta do banheiro saindo de dentro do espaço pequeno, completamente claustrofóbico pela primeira vez na vida. Ao lado do espaço em que Magnólia estava deitada quando cheguei, o pacote com jóias dentro está intacto. Retiro a gravata do pescoço sentindo o ar faltando nos pulmões, precisando de espaço para raciocinar quando sinto estar prestes a enlouquecer. Minha pele parece queimar em alguns pontos, quero enfiar as unhas e rasgar a carne tamanha frustração. Olho para os travesseiros na cama, os lençóis, uma mistura de lembranças atordoando os meus pensamentos. Sempre mantenha a calma, tenha pulso, saiba jogar o jogo... lições que usei a vida inteira para lidar com os piores tipos de homens dentro do submundo e desde que Magnólia entrou na minha vida, perderam o sentido. Qualquer outra mulher estaria estirada no chão do banheiro com um corte na garganta, sentiria um prazer intenso ao v
Livia “Madre não podemos fechar o orfanato” Suspiro cansada repetindo mais uma vez a frase.Como sempre ela busca dar-me conforto mesmo que o medo esteja maltratando seu coração tanto quanto o meu, enquanto varremos o pátio vazio.“Não quero que isso aconteça filha, mas entenda que não temos dinheiro para as contas básicas e o banco está cobrando.” Ela repete mais uma vez.Já estamos a mais de um mês e meio sem ter como pagar as contas básicas como água e luz, vivo nesse orfanato desde que fui abandonada em uma cesta com alguns panos e uma corrente de prata que hoje uso como pulseira com meu nome : Lívia.Madre Magnólia é como uma mãe, afinal, foi ela que cuidou e ainda cuida de mim. As crianças que vivem aqui são como irmãos, apesar de nunca ter sido adotada sinto uma felicidade enorme por cada um que encontra uma família. Todos vivemos em busca de cuidar dos menores para que eles se sintam acolhidos.“Por favor querida, vamos receber a visita do gerente do banco e o possível compra
Bruno Lafaiete Observo as costas da baixinha furiosa completamente intrigado pela maneira como ousa se colocar diante de mim fazendo uma ameaça tão ultrajante, se ela ao menos imaginasse o tipo de homem que habita sob essas roupas de grife escondido das lentes dos reporteres jamais ousaria falar dessa forma. Entretanto, sinto certo prazer em saber que terei algo para brincar pelo menos durante algum tempo além de aliviar os pedidos de casamento que venho ignorando nos últimos dois anos. As mulheres de familia bem vestidas com respostas prontas e cabeça baixa não causam nem uma leve ereção quanto mais vontade em casar. Posso muito bem aproveitar essa baixinha quente, dentro de um contrato pré estabelecido talvez até mesmo consiga o divorcio sem receber nenhuma critica do meu pai devido a origem da moça. “Livia por onde você…” A voz da senhora para ao encontrar meu olhar. “Bruno Lafaiete.” A senhora que suponho ser uma das freiras do local ofega. Uma reação bastante comum as mulhe