Capítulo 9

Leo Tudor

A manhã começou como todas as outras.

Silenciosa. Controlada. Exatamente como eu gostava.

O sol entrava pelas janelas altas da sala de jantar, refletindo na mesa impecavelmente posta. Café preto, frutas cortadas com precisão excessiva e pão ainda quente. Nada fora do lugar.

Exceto minha filha.

Mel estava sentada à minha frente, balançando as pernas com impaciência, os braços cruzados e o olhar emburrado fixo no prato.

— Vai comer ou pretende encarar a comida até ela se sentir intimidada? perguntei, pegando minha xícara.

Ela fez um som irritado com a boca.

— Não tô com fome.

— Engraçado comentei, calmamente. Ontem você estava com bastante energia para chamar a babá de dentadura.

Os olhos dela se arregalaram por um segundo… depois vieram o desafio e a teimosia que ela herdou de mim.

— Ela foi chata.

— Ela estava fazendo o trabalho dela respondi, firme. E você foi desrespeitosa.

Mel virou o rosto, claramente contrariada.

— Ela não gostava de mim.

Apoiei a xícara no pires com
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