Depois treze anos navegando por aguas desconhecidas, conhecendo o mundo inteiro ao lado de seus marujos, Jasper Dickson, recebe uma proposta irrecusável de sua antiga vida de Lorde de uma família rica. O nome da cidade de Milianas era apenas um gatilho para lembra-lo da única mulher que o encantava. A proposta o deixou curioso para rever sua cidade, mal sabendo os perigos que sua volta poderia causar.
Ler maisAmice Elizabeth era a órfã que apareceu na aldeia após a morte de seus pais meses atrás. Tão serena e sorridente educada e doce, desde que a viu sorrindo pelas ruas e cumprimentado a todos, seu corpo entrou em um estado de necessidade por querê-la num nível que nenhuma das mulheres do bordel mais famoso e caro da aldeia era capaz de sacar.
Amice era uma deusa jogada naquelas ruas pela violência do mundo, apesar de gostar, de desejar, ele não tinha cabeça para ter uma virgem que cheirava a leite. Adorava seus recados, suas chamadas, mas não podia tê-la, não podia. Era egoísta de sua parte, tão filho da puta quanto o resto de sua família, mas não seria como aqueles que acabaram queimados após um confronto, ele não seria como os outros de seu clã.
— Você cheira a leite. Não sabe o que é amor ainda. - Ela não diz nada, mas sorri ainda mais pervertida erguendo sua mão para tocar no seu braço. Ele engoliu um gemido, não podia tocá-la de verdade.
— Eu não sou criança, meu Lorde. - Ela repete e ele solta seu queixo, querendo evitar mais contato. — Eu só desejo você mais do que o próprio ar, veja, olhe para mim, e faço de tudo para tê-lo comigo, me entrego por inteira, se não quer me levar em seu barco, me tenha aqui mesmo.
— Você é nova, tem uma vida pela frente. E eu não quero você. - Disse ele, duro, e apesar das palavras, ela ri levantando de seu leito mais quente.
— Você não me quer? Então porque vem me ver? Porque senta naquela cadeira olhando-lhe me tocar e abri e fechar clamando por você? Desejo te sentir tão forte dentro de mim para não o esquecer durante uma semana. - Sua voz como mel invadia ouvidos do Lorde o fazendo perder o equilíbrio de suas pernas, tão pervertida que nem mesmo as palavras o poupavam. — Porque não sente minha textura, passe sua língua na minha pele, sinta-me. Eu amo você e faria qualquer coisa para estar junto a ti, meu Lorde.
— Estou indo. Você sabe.
— Está indo porque não pode mais se segurar, está se afastando por que está no seu limite, me escuta me ver, me tem como deseja, mas não faz nada. Entendo, não sou impura como as outras, mas minha alma é entregue ao mais perfeito inferno, que queima toda uma nação deixando apenas o desejo de senti-lo dentro de mim. Eu sou tua, vim para você, me receba, apenas isso.
— Pode falar o que quiser, ainda é muito nova para mim. Não quero misturar teu cheiro cru ao meu tão fodido. - Ele diz e novamente ela para, para admirá-lo, sua face rubra e madura, tão lindo. Jasper Dickson, o último sobrevivente estava bem para seus vinte e seis anos. Ela não era nova, carregava quase a mesma idade, e ainda assim, ele não a queria.
Mas ela poderia se sentir ofendida se não fosse o vacilar de suas palavras.
— Você vai voltar. - Declarou ela jogando os longos cabelos róseos para trás. Como uma linda deusa deixada na terra, tudo que venha daquela mulher era absurdamente lindo, surreal. — Porque você ainda vai me ter.
— Não deixo promessas a ninguém. É uma viagem apenas de ida.
— Você vai voltar. - Ela diz com certeza e pesca seu vestido no chão o colocando delicadamente e o mais devagar possível. Jasper anseia por sua pele sendo coberta. Por quê? Porque a deseja tanto? — Você vai voltar porque um dia vai querer o que é seu. - Ela vira em sua direção — E eu sou sua.
— Minha?
— Sou inteiramente sua, meu Lorde. - Jasper engole a seco — Quando você voltar estará me desejando mais do que o próprio mar para navegar, estará aos meus pés quando cruzar o oceano e seu barco voltará para a aldeia na esperança de me encontrar. E irá encontrar, porque eu sou tua, e você é meu, não importa quantas mulheres deitaram nua na tua cama, todas as vezes que tocar em uma, sentirá meu desejo, meu amor, me verá através delas. Você nunca terá paz, a não ser que me tenhas.
— Não faça promessas que não poderá cumprir - declara ainda sendo rude. Sabia que em algum momento da sua vida, ela casaria com outro homem, todo aquele desejo e sede por sexo não esperaria uma pessoa que jamais voltaria a aquele lugar.
— E quem disse que estou? Você pode me dizer quantas vezes acharmos necessário. Eu sei que me quer e que me ama, e não haverá mulher nenhuma que se entregará como eu a você - Jasper respira fundo ao fechar os olhos, ela tinha razão, e ele voltaria cedo ou tarde. Riu de canto, ela sempre quebrava todos os muros que construiu ao redor do seu coração. — Eu não posso ser a mais bonita que já viu, mas sou a que mais te deseja, com todo meu ser. - Ele e encara novamente. — Vá, meu Lorde, e não se esqueça do que é seu.
— M*****a - ele sussurra quando outra vez ela venha em sua direção, à boca rosada chega perto da sua e ele treme da cabeça aos pés. Era inevitável não sentir o coração retumbar dentro do peito. Oh, ele a queria, só não podia agora. — Eu voltarei um dia - ele disse forte quando ela já atravessava as portas, — Voltarei para devorar seu corpo, com força. Pode me esperar? - o Lorde ri e a encara, os olhos grandes e perolados lhe encaram de volta com certo desejo.
— Eu não prometo que continuarei intocável. - Ele para o sorriso — Mas ainda serei sua. Não importa quantos anos sem passem. - Ela ri mais deixando uma lágrima escorrer de seus olhos. Sim, ele estava de saída da cidade, mas ele voltaria, porque eras filho daquela aldeia. E todos que iam sempre voltava. — Eu te amo, meu Lorde… - Foram suas últimas palavras. Ela vai embora lhe deixando sozinho com os pensamentos e de volta ao mundo em que vivia, onde os gritos de seus companheiros o chamavam, o esperando no grande barco pronto para zarpar.
— É uma deusa, a deusa da minha alma suja.
Barbara entreabriu os lábios duas, ou três vezes sem ter palavras a dizer. Sentiu-se desprotegida, e desejou grandemente que Ângelo tivesse ao seu lado. Afinal, ele saberia como lidar com aquela mulher, pois ela mesma, já nem sabia se ficava, ou corria dela.— Ângelo... Não é seu. – Barbara disse lentamente, aquilo não deixava de ser verdade.— E ele é de quem? Seu? – A ruiva gargalhou e então virou para ela – não adianta fingir. Eu sei que todo aquele casamento, tudo o que estão “vivendo”, não passa de uma mentira que a senhora Ferraz e a Amara inventaram – explicou ela enquanto olhava para foto – esse casamento NÃO PASSOU DE UMA MENTIRA – Barbara soltou um grito abafado ao ver a foto, grande, emoldurada, ir de encontro à parede e se quebrar.Definitivamente, aquela mulher estava louca.— Você precisa se acalmar. Seu pai, ou seu médico sabem que está aqui?— Tá me chamando de louca? – Yume deu um passo à frente, Barbara deu outro para trás – louca, é a sua família, a família dele, aq
Barbara acordou naquela manhã com um dor de cabeça que mal conseguia abrir os olhos. Virou na cama na tentativa de achar Ângelo deitado ao seu lado, mas foi em vão. Suspirou e sentou na cama, olhando todo o quarto. O quarto do apartamento do Vicente era aconchegante demais para ela querer sair para outro lugar. Olhou tudo com atenção novamente. Fazia quase três semanas que estavam ali. Na maior parte do dia, Barbara se dedicava a pesquisar os melhores, mais humildes e perfeitos moveis de seu próprio gosto e o de Ângelo também.Se, estava diante de uma missão como aquela, faria tudo perfeito, alinharia as coisas, e daria tudo de si para que tudo saísse perfeito. Para conseguir a aprovação de Ângelo e o seu sorriso lindo. Ela riu de canto.— Acordou? – Barbara olhou para lado, vendo o Vicente entrar na suíte com uma bandeja com o café da manhã. A rosada ajeitou o cabelo e riu de canto ao vê-lo sentar em sua frente – eu queria fazer uma surpresa.— Não acredito – Barbara pegou o copo com
— Estava ocupado.— Com sua esposa de mentira? – Barbara ofegou tampando os lábios. Algumas pessoas pararam o que fazia no mesmo momento, prestando atenção nos homens que se encaravam. – Minha filha está doente por sua causa. E você fingindo está em lua de mel?— Senhor Nagari, não vamos discutir isso aqui – Ângelo pediu baixo, mas o homem riu.— Ah, agora tem que ser baixo? Você não sabe o que eu passei ouvindo os gritos da minha filha, e ainda tive que aguentar a minha ânsia de vomito ao ouvir seu nome sendo proferido dos lábios dela – falava, desesperadamente, o homem. — Eu sabia que essa obsessão por você, acabaria em desgraça, você com uma esposa de fachada, e ela louca dentro de um hospital.— Senhor Nagari – Ângelo fechou os olhos para respirar. Como explicaria que tudo o que aconteceu, há meses, não fazia sentindo com o que acontecia ali no presente.— O senhor pode nos dar licença só um momentinho? – Ângelo virou o pescoço para fitar Barbara que ria para o homem. Logo olhou p
Ele a fitou com todo o carinho que sentia.Fazia duas semanas que estavam juntos e, infelizmente, aquele seria o último. Naquela mesma madrugada, partiriam de sua lua de mel, para a vida de casados, verdadeiramente.Ângelo nunca pensou que em sua vida, poderia haver diversão a não ser sexo, durante duas semanas. Tinham transado quatro vezes, e todas elas foram as melhores de sua vida. Além de que, saíram juntos para se divertirem ao redor do hotel. Tiveram passeios românticos e tudo foi perfeito.Ele levou a xícara até os lábios, sabia que deveria tê-la conquistado antes de mergulhar fundo naquele corpo pequeno, e seu. Mas agora não tinha mais volta. Ela era sua de corpo e brevemente, de alma e coração. Ele a conquistaria, em algum momento.Deixando a xícara de lado, Ângelo sentou na cama, vislumbrou o rosto perfeito que aquele ser possuía, e não tardou a passar as pontas dos dedos pela face macia. Abaixou um pouco, somente para beijar-lhe o pescoço, e logo subiu para o ouvido esquerd
Sentiu-se feia diante da situação. Fraca diante dele. Mas não, Jurou a se mesmo que não seria fraca, seria forte, e se mostraria boa o suficiente para todos, inclusive para ela. Teria atitude, e imporia suas vontades.— Ângelo? – Ela o chamou e ele a olhou por cima do ombro. — Você me acha feia?— Hm? – Ângelo virou para ela, incrédulo. – Tá maluca?Ele acharia tudo, menos isso.— O quê? – Ângelo olhou para baixo, o que diabos ela estava pensando? Por qual motivo ele a acharia feia?Ângelo estava ficando maluco, dormir no mesmo quarto que aquela menina estava o deixando louco. Contudo, manter a postura do marido de fachada, era a coisa mais importante. Bom, não era não, mas teria respeito, até o momento em que algo nele gritasse por socorro. A conquistaria pelas beiradas e, não, subitamente.— Pelo silêncio, você acha sim. Não é? – Ângelo voltou ao seu mundo e olhou para Barbara. Deixou o copo no carrinho e andou até ela.— Porque você perguntou isso? – Ângelo parou diante dela, coloc
Vicente tocou no ombro de Barbara e desceu sua mão bem devagar, puxou o zíper do vestido. Barbara ofegou e, olhou para trás, por cima dos ombros. Ângelo olhava para seu corpo, mas não era qualquer olhar. Ele a fitava com vontade de tocá-la intensamente. E ver suas costas nuas e branquinhas, sentiu necessidade de tê-la em cima de uma cama.Mas jamais a obrigaria a alguma coisa. Barbara era uma garota como ele, influenciada por seus pais e estava ali por um erro dos dois. Não sujeitaria a menina, a pagar por erros da família, ela não merecia. Dentro do carro, ele percebeu o quanto ela temia por aquele momento, e devia mais do que nunca, ser alguém em que ela podia confiar. Apenas isso.Decidiu que não faria nada, não naquela noite, não naquele momento. No contrato em que leu, dizia que eles ficariam unidos para o resto de sua vida. Então, como um homem responsável e maduro, ele esperaria no tempo dela. Barbara não tinha para onde correr, então, eles iria ficar, cedo ou tarde.Fechou os
Último capítulo