* Deusa que Busco *

Será mesmo que ela estaria casada e com filhos? Teria morrido? Ainda o esperava? Treze anos se passou desde aquela promessa onde alimentou as esperanças dela, e ela as dele, pois se fora capaz de o amor, um ser tão puro e virgem foi capaz de amá-lo, é porque ele não era tão ruim, poderia ter salvação quem sabe..., mas... Será?

— Preparar a âncora - A voz grossa de outro de seu marinheiro não o espantou ou causou calafrios como os gritos de Eliott mais abaixo dando ordens para que tudo saísse bem. Odiava erros, odiava ter que cuidar pessoalmente de cada comando. Era por isso que tinha seus marinheiros confidentes para isso.

O navio se aproximava cada vez mais e a euforia dos marujos crescia mais e mais. Nenhuns daqueles homens vieram de outras regiões ou cidade senão Milianas estavam todos de volta a sua casa. O sorriso de cada um, o brilho no olhar, a vontade de pular daquele navio e correr para suas famílias - ou como na maioria, correr para o bordel que não ficava longe - crescia, apenas crescia e transbordava.

O Navio foi preso ao píer e minutos depois os motores desligados, deixando todos a mercê do Capitão para que cruzassem a saída e corressem para onde desejavam. Um levantar de mão foi o suficiente para todos começarem seus preparativos para a fuga.

— Lorde Dickson - Eliott chegou ao andar de cima se curvando ao homem que vestia preto, um manto negro cobrindo todo seu corpo e o uniforme de comandante. — Não esqueço que nesta cidade tu ainda és Lorde, é um Lorde importante.

— Nosso Lorde Comandante - outro marinheiro o que ilustrava e direcionava seu navio surgiu de repente trazendo as luvas para o homem de pose forte — Deixarei o navio assim que souber para onde ir.

— Sua casa. Não vai procurar por seus pais? Nossa chegada logo, logo será anunciada.

— Meus pais me jogaram na roda da vergonha quando subi no barco do Capitão Dickson, duvido que queiram ver meu rosto. Sou impuro aos olhos dos deuses, incapaz de desposar uma mulher.

— Que bom que não gosta de mulheres então. - Jasper murmurou terminando de colocar suas luvas, — Que fiquem sabendo seus pais e os deuses, não dei um homem para você, dei mil mulheres e moedas. - Passou pelo homem de cabeleira ruiva e desceu as escadas chegando a saída poucos segundos depois.

O caminho feito por uma tábua larga o levava direto ao píer da cidade, e pisando na madeira barulhenta ele ouvia ao longe o soar de uma música quente, gritos de seus marujos, risadas dos mesmos. O cheiro de terra molhada e cavalos grudaram em si, ele odiava aquele aroma, mas era o cheiro de sua casa.

Não olhou para trás enquanto seguia a frente, arrastando seu manto negro em cada madeira suja até chegar onde os pés o guiavam. Estava de volta em Milianas, de volta a vida na realeza, de volta aos costumes de um Lorde, onde ele estava mais ligando para o fato de que logo voltaria a navegar, política, ficar e ordenar não era do seu conhecimento, as terras eram suas, mas o lucro ia para quem precisava. Ele não era um homem bom de coração, mas era um anjo para as pessoas a quem acreditava nisso.

Olhando ao redor, as poucas pessoas que passavam na rua naquele horário o viram com grandeza e pelo alargar dos olhos e o abri de suas bocas ele ainda era reconhecido, ainda lembravam-se do único herdeiro do clã Dickson, com um sorriso de matar mulheres ele seguiu para o lado mais convidativo da cidade e onde morava uma grande amiga com seios belos e olhos verdadeiros. Apesar de ser o lugar mais gostoso de estar, nada ali era interessante aos olhos do comandante.

Ele encarou as luzes mais coloridas por agora, as mesas mais cheias, o palco repleto de mulheres nuas a qual dançavam para agradar, o barulho de moedas sendo jogadas no piso de madeira era música para seus ouvidos. Seus homens deveriam aproveitar o quanto fosse preciso, não havia data de volta, mas ele sabia que seria em breve, todos sabiam.

— Lorde Dickson... Ou Capitão Dickson, comandante, seja como o Lorde desejar - Uma mulher se aproximou chamando a atenção do homem que retirava as luvas com cuidado, ali era quente, e não apenas pelo clima. Jogando sua echarpe para trás, trouxe um sorriso safado nos lábios, o que não foi correspondido pelo homem de olhos baixos. Ele deu os primeiros passos procurando pela mesa vazia e achou uma perto, sentou-se ali ainda olhando ao redor. — Ainda é arrogante e mal-educado. Ainda é o mesmo Jasper Dickson que conheço desde a adolescência.

— Apenas em aparência, Celestia. - Respondeu rude olhando ao redor. Apesar de ter o coração duro, olhar para seus homens daquela forma, bebendo e se divertindo era até bom.

— É com grande prazer que o recebo primeiro no cantinho preferido da cidade. - Sorriu de canto, ele concordou com um aceno e riu igual a ela.

— Confesso que esse sempre foi o meu lugar preferido da cidade, apesar de haver outro a qual quero chegar amanhã. - Lembrou-se da cabana onde via aquela mulher quase todas as noites. — Mas devo admitir que o lugar onde eu costumava morar está mais bonito.

— Treze anos se passaram, Lorde Dickson - A mulher sentou-se à mesa trazendo vinho e cerveja, cruzou as pernas mostrando seu decote bonito, era um charme aqueles peitos enormes, Jasper conhecia bem, e nunca quis provar. — Seus homens estão se divertindo, espero que faça o mesmo, posso providenciar a mais bonita do meu bordel, ou voltará ao mar ainda esta noite?

— Pretendo ficar mais que uma noite, até um mês se eu encontrar o que é meu. - Pensou na mulher com seus olhos perolados tentando imaginar como ela estaria nos dias de hoje.

Será que seus olhos ainda carregavam aquele teor erótico que conheceu? Seu corpo ainda era como uma das maravilhas que poucos conheciam? Duvidava muito que ela continuasse intocável.

Ele não tinha toda essa sorte do mundo.

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