* Deusa dos Sonhos *

— Então admita que esta voltando por causa da deusa pervertida - Jasper riu de canto passando a mão pelo cabelo. — Quem garante que depois de treze anos ela ainda te espera? Era uma bela mulher, uma mulher jovem, virgem... - Jasper parou o riso. Voltou para ver o mar do lado de fora, era seu lugar preferido.

— Ela não é mais virgem. Com todo aquele fogo. - Riu com escárnio — Talvez tenha me esquecido. Suas promessas eram fortes, seus dedos, suas investidas, tudo nela era intenso, mas eu nunca quis me envolver, a achava tão nova para mim, tão limpa para um homem corrompido como eu. Mas ainda assim, ela desejava me ter, que eu a tocasse, que eu a penetrasse com toda força.

Riu de canto. Aquela mulher nunca o deixou de todo jeito. Sempre esteve presente em seus pensamentos e sonhos, tudo.

— Talvez eu esteja voltando para ela, prometi encontrá-la, e a farei minha de qualquer forma, a tomarei em meus braços e a arrastarei para minha cama, para meu barco, a levarei para o alto mar a amarei com todo meu coração. Eu prometi que voltaria, demorou, mas eu voltei, e se ela me espera, ela prometeu que me esperaria, estou voltando para ter o que é meu.

— Ela ainda deverá acreditar em tuas palavras depois de treze anos? - Eliott voltou a repetir agora chamando atenção de seu capitão. — E se já houver se casado? Tido filhos? Morrido.

— Ela não morreu. Se tiver casado não vou me importar, ela escolheu sua própria vida, quem seria eu para dizer algo? Mas daria tudo para vê-la ao menos outra vez, lembro-me de seu rosto meigo e safado. Quero a ver tão crescida e mulher, de verdade. - Riu de canto. — Me excita apenas em pensar nisso.

— Tudo certo. - Eliott assentiu — Estaremos em Milianas depois da meia noite. Aguente firme - Avisou e saiu deixando o capitão sozinho. Jasper olhou ao redor, encarou um quadro pintado por suas mãos, depois outro, riu de lado.

— Estou voltando deusa da minha alma. Espero que ainda esteja de pernas abertas, vou me afundar tão forte em você que nunca mais vai esquecer de que eu estive dentro.

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Nas margens de um rio iluminado pela luz da lua a gente pode pensar e pensar no quanto a nossa vida vale. Se tu tens crenças nos deuses passados, deve ter certeza de onde a tua alma irá pousar, qual deus irá lhe levar para os mais profundos segredos da vida após a morte.

Teus feitos são seus advogados perante a casa do julgamento e somente eles poderão ordenar e dizer a qual caminho deve seguir. Se forem ruins, terás vida dentro de uma brasa de fogo queimando e chorando, se fez coisas boas, terás o mesmo destino porque o deus a quem segue não é tão divino tão pouco aquele que acredita nas bondades e atitudes boas sendo que teu coração está carregado de egoísmo e maldade. As atitudes não valem nada se seu peito carrega um coração que b**e em maldição.

O purgatório é o êxtase de qualquer ser iluminado, ou das trevas mais obscuras.

Ao longo do mar escuro onde era possível ver somente o brilho da lua refletido, ele conseguia enxergar o mundo em cada onda, o caminho que trilharia a cada subir e levantar. Era um pirata com desejos proibidos, carregava no peito largo um coração cheio de promessas e uma mulher vedada pelos deuses a sua capacidade de agir. Como um anjo cheio de graça e luz, ela veio para a terra foder à cabeça de um homem que nunca quis ser corrompido. Seria essa a maldição da sua família? Sempre se envolver com mulheres belas e morrer por elas? Ele decidiu não o fazer, mas o matou por dentro.

Naquela época ele a rejeitou, mas amava vê-la enfiar os dedos naquela carne virgem e molhada, era intensamente gostosa ao seu ponto de vista, carregava em seu corpo o mel a qual ele queria tomar, mas também trazia desgraça para seu ser, pois ele não defloraria uma deusa, não importava a quão safada era.

O tempo passou, sim, e ele ainda a deseja, sempre a desejou, a deixou para que pudesse encontrar outro homem a quem pudesse pensar duas vezes antes de chamar para o escuro. Suas ações não eram discutidas e ele não queria ser contrariado. Trazê-la para seu barco não o faria feliz, nem mesmo Amice; navegar ao redor de homens e somente água, no meio de uma guerra por barcos, dinheiro, mais mulheres, cerveja e ilha? Oh não, não era vida para uma deusa, e ele jamais a deixaria em meio ao tiroteio para que não houvesse possibilidades de morte a sua deusa da noite.

A noite estava se intensificando naquele mar aberto, as luzes de seu navio estavam se apagando a cada raio de luz da lua. Era magnífica a paisagem que os deuses lhe enviavam. Apesar de anos, foi apenas ver o primeiro vislumbre de luz de Milianas que a saudade o abateu. Ele cresceu naquela aldeia pequena, repleto de pessoas felizes mesmo tão humildes. Ainda era um Lorde, o Lorde de seu clã, mas o título lhe trouxe desgraça e mil mulheres para casar. Nunca houve alguma que pudesse escolher para ter uma família, não até conhecer a deusa órfã que fodeu seus pensamentos, mas assim como o desejo de uma família sua veio ela se foi para longe ao lembrar-se do destino dos Dickson. Ele nunca soube como, ou o porquê, mas o castigo cai para todos, e seus antepassados não eram pessoas boas.

A cada minuto que passava chegando mais perto de Milianas, Jasper sentia o coração bater contra o peito, o frio percorrer cada pedaço do corpo, era tão gélido e intenso, mais intenso que o chuvisco fraco que caia sobre o barco. Olhando de cima, ele encarou a cidade que crescia a cada piscar de olhos, e como Eliott disse, a meia noite eles estavam diante da cidade que hoje possui casas maiores, o porto estava aberto, poucas pessoas. Jasper deu um riso pequeno ao ver além do porto, a casa mais esperada a visitada daquela cidade, o bordel.

Ele fora escolhido à beira da água por causa dos marinheiros, quem visitava a cidade passava ali primeiro, e quem não se aprofundava nos conceitos da aldeia, penetravam em uma boa prostituta que sabia todos os costumes, conceitos, regras e posições que levariam um homem a ficar naquela maldita cidade. O medo se alastrou pelo corpo do capitão. Será mesmo que ela estaria casada e com filhos? Teria morrido? Ainda o esperava?

Treze anos se passou desde aquela promessa onde alimentou as esperanças dela, e ela as dele, pois se fora capaz de o amor, um ser tão puro e virgem foi capaz de amá-lo, é porque ele não era tão ruim, poderia ter salvação quem sabe..., mas... Será?

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