Lia Perroni
Abro os olhos e me encontro em um quarto branco, conectada a aparelhos. Olho ao redor, constatando que estou em um hospital.
— Mamãe! — Esmel grita, passando pela porta.
Ela ainda está com o uniforme da escola e seu rosto está manchado de lágrimas.
— Esmel? O que você está fazendo aqui? — pergunto, abraçando minha filha.
— Mamãe... — Esmel diz, com a voz embargada pelo choro. — A senhora está bem agora? Papai falou que a senhora caiu da escada e quase perdeu meu irmãozinho. É verdade que vou ter um irmão? — ela pergunta, com os olhos brilhando.
Encaro-a, confusa, e levo a mão à barriga.
— Então, eu não o perdi... — sussurro, incrédula.
Esmel me olha, curiosa.
— O que você disse, mamãe? — ela pergunta.
Sorrio, emocionada.
— Nada, meu amor! Onde está seu pai? — pergunto.
Milhões de perguntas invadem minha mente. Eu realmente estou grávida, e Marcelo ajudou a salvar meu bebê, como pedi antes de desmaiar. Mas o que ele pretende fazer? O que ele quer em