Uma Paixão Ordinária
Uma Paixão Ordinária
Por: E.J.Cruz
1- E você, é daqui mesmo?

Na madrugada de segunda-feira, Eveline entrou no quarto da avó silenciosamente e deixou um bilhete de despedida em cima da cômoda, sem querer, derramou algumas lágrimas.

Em seus pensamentos, dizia:

“Me perdoe vozinha, eu te amo, queria tanto me despedir. Que Deus te proteja, espero fique bem!”

Ela juntou suas coisas, chamou um táxi, saindo com o dinheiro que pegou da avó e suas economias que tinha guardado.

Na rodoviária, chegou o horário do seu ônibus. Embarcou, partindo angustiada, olhando pela janela as paisagens da terras que cresceu.

Passou a madrugada viajando, até chegar no terminal rodoviário da capital. Ainda dentro do terminal, pegou outro ônibus e foi direto para o campus da universidade, lá conversou com as atendentes sobre sua matrícula.

Depois de se matricular, Eveline foi para o centro procurar a pensão que viu na internet. Com o pouco dinheiro que trouxe, dava para pagar seis meses de pensão, combinou com a dona que ficaria somente alguns meses.

Empolgada em seu pequeno quarto de pensão, ela ligou para sua amiga keille e depois para Maycon, seu namorado, contando as novidades.

"Espero que fique bem, mais tarde vou transferir 500 dólares para você. Me liga se precisar de alguma coisa, minha preciosa, te amo!"

Disse Maycon preocupado com o bem estar da namorada.

"Maycon, não precisava! Não quero que fique me enviando dinheiro, não somos casados e sei me virar por aqui!"

"Eu te amo, faria qualquer coisa por você, se cuida!"

"Tá bom, também te amo, a noite a gente se fala!"

O primeiro semestre de faculdade era bem puxado, apesar disso, Eveline estava satisfeita com as aulas e com o estágio remunerado que conseguiu em um abrigo para crianças.

Não pagava muito, mas ajudava em suas despesas pessoais.

Fazia um mês que ela estava morando na cidade grande... Ainda não tinha entrado em contato com sua avó e seu tio, pois não sabia qual seria a reação, sabendo que ela fugiu para estudar contra a vontade deles.

Chegou o dia de conhecer o abrigo, Eveline acordou cedo e muito ansiosa. Como toda manhã, ligou para o namorado, contando as novidades. Se despediu falando o quanto o amava! Maycon desejou boa sorte no seu primeiro dia de estágio.

O abrigo ficava perto da pensão, ela foi um pouco mais cedo a pé, para conhecer as crianças e os outros funcionários. Sua função era ajudar na rotina das crianças e auxilia-las na lição de casa.

Também conheceu as voluntárias, entre elas, uma senhora muito caridosa e adorável, chamada Izabel Di Moretti, uma médica aposentada, que prestava serviços voluntários duas vezes na semana no local. Ela a cumprimentou na cozinha timidamente:

"Bom dia! Sou Eveline, a nova estagiária!"

"Bom dia! mocinha! Sou Izabel, mas pode me chamar de Dona Bel.”

Dona Izabel se apresentou com simpatia.

As duas preparavam a refeição das crianças, enquanto conversavam sobre a rotina do abrigo e a vida pessoal delas.

"E você? Me conta, é daqui mesmo?"

Perguntou Dona Izabel curiosa.

"Sou do interior, vim estudar pedagogia, pois ganhei uma bolsa de estudo na federal, aluguei um quarto de pensão aqui perto."

Dona Izabel ficou admirada com a determinação e coragem da jovem, em deixar sua terra para vir morar sozinha na capital e estudar na universidade mais conceituada do país.

A senhora também a elogiava pelo manejo e rapidez no preparo da refeição, enquanto elas conversavam.

Dona Izabel prestava serviços no abrigo nas quartas e sextas-feiras. Sempre que chegava, corria para ajudar Eveline.

Com o vínculo de amizade que criaram, a senhora a convidou para passar o domingo com ela, almoçarem juntas e irem à igreja.

"Agradeço pelo convite Dona Bel, estava mesmo com saudades de ir à igreja, sempre ia aos domingos para missa com minha avó Marrie."

Eveline era grata por ter conquistado a primeira amizade na capital.

As duas combinaram de ir à igreja no domingo e depois almoçarem na casa de Dona Izabel. A senhora anotou o endereço com as instruções de como chegaria a seu condomínio.

No domingo, Eveline acordou ansiosa, se arrumou, pegou o ônibus e localizou o endereço da amiga.

Ela ficou impressionada com o belo apartamento que a senhora vivia.

Dona Izabel era uma senhora modesta, porém, residia em uma região nobre da cidade, em um luxuoso condomínio, um apartamento de quatro quartos, com decoração e mobília requintada e uma sacada ampla.

Era uma senhora viúva, mãe de três filhos, Ceci e Pietro, que moravam no exterior, já Brennan, era advogado e estava fora do estado em treinamento na Academia da Polícia Federal, pois tinha passado no concurso para investigador.

Não demorou muito, as duas saíram para a igreja... Durante o culto, Eveline agradeceu, pois naquele dia ela completaria dezoito anos.

Ela não contou nada para Dona Izabel sobre seu aniversário, para não ser inconveniente. Completou ano sem nenhuma comemoração. À noite, seu namorado Maycon e sua amiga Keille ligaram para cantar parabéns.

[...]

Quando voltaram da igreja, Dona Izabel começou a apresentar a família para a jovem, apontando para os porta-retratos expostos na estante e no aparador.

Eveline ficou encantada com a beleza dos seus filhos, entretanto, quem chamou mais sua atenção, foi o filho mais velho, o Advogado Brennan Di Moretti, de 28 anos...

As duas almoçaram em um clima agradável, batiam papo, davam risadas, tomavam vinho e contavam histórias...

No final do dia, Eveline agradeceu a receptividade e retornou para seu quartinho de pensão.

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