Nicolas Santorini
Eu estava em meu escritório em casa, debruçado sobre uma pilha de documentos importantes que exigiam minha assinatura. A luz da tarde entrava pela janela, iluminando a poeira que dançava no ar. Dona Bruna bateu na porta, anunciando uma visita. Imaginei que fosse meu amigo, então pedi que o deixasse entrar. Para minha surpresa, era Olivia.
— Oi, meu benzinho! — Olivia disse, com aquele tom de voz meloso que sempre me dava arrepios.
— Olivia, eu não tinha deixado claro que você não era bem-vinda aqui? — Minha voz saiu fria, cortante.
— Ah, qual é, Nick? — Ela sorriu, como se estivesse tudo bem. — Eu entendi que era no seu escritório da empresa, não na sua casa. — Ela enfatizou as palavras, com um brilho malicioso nos olhos. — Estava morrendo de saudades, chuchu… Daquelas nossas noites… você sabe.
Um calafrio percorreu meu corpo. A lembrança daqueles momentos me causava repulsa.
— Olivia, aquilo foi há muito tempo. Acabou. E, sinceramente, me arrependo profundamente.
—