《Selma》
■ Um dia antes... 🗓
O som estridente do celular cortou o silêncio pesado do meu quarto. A luz fria da tela piscou, revelando um nome que eu conhecia bem — Jacinto. O coração deu um salto desconfortável, misto de irritação e receio. Suspirei antes de atender.
— O serviço está feito — a voz dele veio carregada de arrogância, como se estivesse me presenteando com um favor. — Quando a senhora pretende me encontrar para pagar o combinado?
Soltei uma risada curta, seca, que não carregava humor algum.
— Eu não tenho nada para pagar a você. É bom lembrar que foi você quem não terminou o serviço da primeira vez.
Houve um breve silêncio, denso, seguido por um rugido que fez meus dedos apertarem ainda mais o telefone.
— Quem a senhora pensa que é?! — ele vociferou. Senti a raiva dele vibrar atRavés da linha, como se pudesse atravessar o aparelho e me atingir no rosto.
— Um dos meus homens foi parar na cadeia por sua causa! — continuou, cuspindo as palavras como veneno. —