103. Nascimento
Mia Miller
Meses depois.
Esther andava de um lado para o outro como uma loba presa, o nervosismo transbordando em cada movimento. Os dedos dela torciam as pontas da blusa, e o olhar perdido entre ansiedade e medo me deixava preocupada.
"Se você continuar andando assim, vai abrir um buraco no chão," comentei, tentando aliviar a tensão com um sorriso.
Ela parou por um segundo, respirou fundo, mas o tremor nas mãos a denunciava.
"Eu não sei se vou dar conta, Mia," confessou, e a voz dela parecia tão pequena, quase quebrada. "Tudo está acontecendo rápido demais. Eu nem sei como ser mãe. E se eu falhar? E se o bebê nascer e eu não for boa o suficiente?"
"Ei," disse, indo até ela e segurando suas mãos trêmulas. "Você precisa respirar. Ninguém nasce sabendo ser mãe, nem mesmo os lobos mais fortes. Você tem Nick, tem a mim, tem a matilha. E, mais importante, você tem amor para dar. O resto a gente aprende com o tempo."
"Mas e se eu errar?" Os olhos dela estavam cheios de lágrimas agora, e mi