De olhos fechados, espero o fim com o corpo trêmulo e o espírito exausto. Choro em silêncio, sem saber por quê, por que tudo em minha vida é marcado por tragédia e dor?
A fumaça invade cada fibra do meu ser, sufoca-me, e começo a delirar à beira da consciência. Vejo fragmentos de memórias rompendo o véu do intangível, risos distantes, gritos de abandono, vultos encapuzado em seu triunfo cruel.
Então, sinto algo suspender meu corpo, um alívio inesperado no peso que me afundava em brasas escaldantes. Uma brisa fresca varre meu rosto, trazendo cheiro de grama orvalhada e folhas úmidas, o ar puro da floresta entra pelas narinas, expulsando a fuligem. Tusso, engasgo, e braços fortes me amparam, me acariciando com cuidado.
Ouço uma voz gentil, carregada de familiaridade e ternura.
— Como está, pequena companheira?
Reconheço o aroma inconfundível dele, antes mesmo de focalizar sua face. Aquele cheiro de vinho envelhecido, carvalho antigo, um toque de almíscar que percorre meu limiar senso