Cyrus

Sinto a fúria arder em meu peito como mil sóis prestes a se fundir. As palavras de Mercedes ressoam em mim, penetrando cada úlcera de culpa e raiva.

Ravena e Laha aprisionadas, meus filhotes envenenados por miasma. Pergunto-me como fui tão cego, como deixei que a necromante se infiltrasse sob meu nariz sem perceber o mal crescendo em silêncio. Todos os sinais estavam lá, e eu os ignorei de maneira tola e arrogantemente. Agora, a explosão de minha dor e fúria é inevitável, algo dentro de mim se rasga, preparando-se para despedaçar limites.

— Como — começo, a voz pesada de ira contida — como pude falhar tão miseravelmente?

François recua um pouco, consciente do turbilhão que me consome. Seus olhos refletem preocupação e receio. Mas não há tempo para hesitações, meu corpo inteiro vibra com a energia em ebulição.

Enquanto Mercedes observa, pude ver nas feições dela o horror de quem testemunha a ira brutal em mim despertar. Sinto o calor da runa em meu peito pulsar com mais violência