Mercedes
Entro no escritório principal cambaleando, com o corpo pesado como se cada passo exigisse arrancar a mim mesma da própria carne.
Desde que curei Amon, sinto minhas energias sendo drenadas por uma força obscura que escapa aos meus encantamentos habituais. Tentei rastrear sua origem inúmeras vezes, mas acabava caindo em exaustão profunda. Hoje, porém, a sensação se acentua.
François me enviou impulsos de preocupação e fúria, através do nosso vínculo de companheiros. O castelo está mais denso, quase sufocado por algo que se esconde em silêncio. Sombras parecem ondular pelos corredores, e o ar traz o cheiro de podridão velada.
Somente seres das trevas poderiam criar um miasma tão corrosivo. Com o último resto de força, recorro às minhas antepassadas, formando um escudo etéreo contra o que me suga. Quando o véu protetor se materializa, minha visão se transforma em horror.
— Céus... — murmuro, a voz fraca, enquanto revejo em minha mente o que vi além da barreira recém-erguida.
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