Cyrus

Eu me levantei antes do amanhecer, quando o castelo ainda era silencioso, envolto em sombras frias, habitado apenas pelos poucos sentinelas que circulavam em vigília.

A luz pálida da lua misturava-se ao brilho suave das runas gravadas nas janelas do quarto real. Ali, Ravena dormia, imóvel sobre a cama regalada com lençois de seda e peles macias que eu havia trazido para seu conforto.

Permaneço em pé, observando cada linha do seu rosto, cada traço que lembro como parte de mim. Ainda assim, algo estava diferente. Meu coração apertava por uma saudade que eu não sabia nomear, e minha mente se agitava com dúvidas que surgiam como espinhos insistentes.

A respiração pausada dela exalava calor. Mas sem o perfume habitual que sempre detectei em sua pele, aquele aroma inconfundível de calóptas régias e jasmim, no passado, me invadia como brisa suave em noite de lua cheia.

Hoje, o ar que eu inspirava junto ao rosto adormecido dela tinha um leve sabor metálico, quase imperceptível, como se