Angelina Mendes
Não consigo me entender, será que estou sendo fácil demais? Resistir e pensar são palavras que não estão no meu vocabulário no momento. Quando suas mãos tocam minha cintura, todo meu corpo aquece, perco a noção do limite, sinto seu olhar me queimando sua boca me chama para algo além de um beijo quente e mesmo sabendo que ele é meu chefe, minhas pernas não se movem e eu não recuo.
Somos interrompidos por batidas na porta e mais uma vez fico intrigada, o porteiro deveria avisar quem me procura por causa da minha segurança.
Abro a porta um pouco irritada achando que Jordan voltou, porém vejo que é minha mãe, acompanhada por Junior.
Junior logo reconhece o seu ídolo e passa correndo em sua direção. Quando olho para minha mãe, ela me fita de cima abaixo e já sei que ela está imaginando coisas que, provavelmente na minha cabeça, já fiz com este homem um milhão de vezes.
Charles por outro lado, me olha um pouco alarmado sem saber o que fazer e eu finalmente percebo que tenho que nos tirar dessa situação.
— Claro mãe, na verdade ele é meu chefe, o Sr. Finningan do New York Jets. – Os olhos de minha mãe ao ouvir que ele é meu chefe dobram de tamanho e acho que só piorei a situação. — Eu pensei que Junior ia dormir com vocês. – Mudo de assunto tendo esperança que o constrangimento vai passar.
— Sra. Mendes, prazer em conhecê-la. – Charles estende a mão. — Imagino que a senhora deve estar se perguntando o porquê de eu estar aqui no apartamento de sua filha, na verdade vim sem avisar, para lhe dar uma promoção no qual precisava de uma resposta imediata, acabei de chegar. – Com sua voz máscula de homem gostoso, ele omite descaradamente sobre o fato de estar aqui já há algum tempo.
— O prazer é meu Sr. Finningan. – Minha mãe aperta a mão de Charles e volta a me olhar.
— Junior ficou com saudade, por isso o trouxemos. – Passeia o olhar pelo ambiente. — Bem, tenho que ir, seu pai está lá embaixo no carro à minha espera. – Acena para Charles, Junior e eu. — E vá trocar de roupa Lina, essa roupa não é apropriada para receber seu chefe. Seu pai nem pode saber sobre isso. – Aponta para minha camisola. — Até mais Sr. Finningan. – Minha mãe vai embora e me deixa finalmente com Charles que no momento parece estar sem jeito com Junior.
— Filho, vem com a mamãe, tenho que te colocar para dormir, está tarde. – Tento levá-lo, porém ele demonstra resistência.
— Mamãe, preciso mostrar o boneco para ele. – Fico envergonhada e com receio de estar incomodando o chefe.
— Mostre-me então seus bonecos campeão. – Finningan pisca para mim, Junior segura na mão de Charles e o leva para o quarto enquanto eu sigo para cozinha para tomar uma água, bebo cada gole demoradamente para aguentar a situação.
Depois fico sem saber o que fazer, quando resolvo voltar para sala. sigo em direção ao quarto, Charles sai um pouco apressado e quase me atropela.
— Aconteceu algo? – Ele me olha, porém evita os meus olhos.
— Amanhã conversamos melhor, eu tenho que ir, te ligo. – E antes que eu possa responder alguma coisa, ele me beija na testa, vai em direção à porta e me deixa sem entender bem o que aconteceu.
Sem ter o que fazer, vou para o quarto de Junior e ele me olha todo animado enquanto sentado no tapete guarda seus bonecos.
— Seu amigo é legal mamãe. – Enquanto disfarço, penso... Legal? Legal para você filho, porque ele acaba de me deixar desejosa dos seus lábios e nem me explicou o motivo.
— Que bom que gostou de conhecê-lo meu amor, ele é meu chefe, vamos dormir?
— Sem sono mamãe. – Junior protesta.
—Tudo bem, vou colocar seu desenho e você assiste, depois venho desligar. – Preparo a caminha, troco a roupa dele que todo independente já faz quase tudo só, ele deita, ligo sua TV e volto para sala.
Perco-me em pensamentos, fico tentando entender o motivo de Charles ir embora daquele jeito e o beijo frustrante na minha testa após demonstrar tanto desejo. Depois de alguns montando o quebra cabeça, decido ir deitar, antes desligo a TV de Junior e mais uma vez alguém, que parece muito impaciente, b**e na minha porta.
Meu Deus!
O que está acontecendo hoje, hein?
Charles Finningan
Sinto-me mais frustrado do que na noite da boate. Agora que sei seu nome, endereço e quando estava tão perto de ter Angelina, acabo conhecendo sua mãe e filho!
Porra, por um momento tinha me esquecido da criança. Para completar a situação ele é meu fã e tem toda uma coleção de bonecos.
Sou arrastado para o quarto do menino e confesso que gosto do que vejo, parece um miniestádio, eu provavelmente ia querer ter um quarto desses quando criança.
Os olhos de Junior brilham ao me olhar, ele me admira a ponto de achar que sou um herói e isso é foda, enquanto eu na verdade só quero comer a sua deliciosa mãe.
— Quando crescer quero ser igual a você. – Ele me olha completamente encantado.
— Vai ser sim, campeão. – Tento ao máximo ser simpático e tenho a impressão que não estou sendo suficiente. Definitivamente não sei lidar com o assédio das crianças.
— Você é namorado da mamãe? Se for, vai ser meu tio ou pai? – Porra! Uma criança de aparentemente quatro anos acaba de quebrar todos os ossos do meu corpo com apenas uma pergunta e me mostra a realidade do que é ter qualquer tipo de relacionamento com Angelina. Linda sim, gostosa demais e que deve ser boa de cama, porém não é para mim.
— Sou apenas amigo da mamãe e eu até gostaria de ficar conversando com você, mas tenho que ir, campeão. – Ele fica um pouco desapontado.
— Já? Ah! Que triste, volta depois? – O seu olhar de esperança me deixa um pouco compadecido.
— Volto sim. Até mais, campeão. – Junior abraça minhas pernas.
— Até, Finningan Jetssss. – Acho graça que ele imita direitinho o locutor do jogo.
Logo em seguida, saio do seu quarto e quase atropelo Angelina.
Fico louco de desejo, porém me controlo por perceber que seria demais prejudicar os dois e ao dar uma desculpa rápida, beijo sua testa e vou em direção à porta sem olhar para trás.
Não posso cair na tentação de voltar.
Já no meu carro, dirijo sem rumo dando voltas e mais voltas nos quarteirões próximos do seu apartamento. Paro em uma loja de conveniência compro uma água para tentar raciocinar, porém falho, minha mente e meu corpo ainda estão naquele apartamento.
Sendo assim, dirijo em direção a sua residência, ansioso para ver Angelina, pois preciso terminar o que comecei.
...
— Outra surpresa para sua namorada? – O porteiro logo abre o portão.
— Na verdade só fui comprar algo que estamos precisando, boa noite. – O cara sorri descaradamente, por provavelmente estar imaginando coisas.
Ignoro a inconveniência, entro no elevador que por sorte está no andar, rapidamente estou no seu andar e ansioso bato a porta.
— Charles. – Não deixo espaço para palavras ou pensamentos. Rapidamente agarro sua cintura fina, levanto-a na minha altura, ela cruza as pernas em minha cintura, fecho a porta com um chute e beijo novamente sua boca que logo se abre desejosa. Encontro sua língua receptiva. Inclinamos nossos rostos em direção opostas para um encaixe perfeito e suas mãos puxam meu cabelo. Porra é o beijo perfeito!
Acaricio suas costas, aperto seu quadril, ela geme na minha boca, discretamente roça me provocando e deixando-me mais duro e desejoso.
Paramos o beijo um pouco para respirar enquanto continuo acariciando suas coxas e alcanço sua bunda. Lina j**a seu corpo para trás gemendo, me dando uma visão de seus seios durinhos e levemente maiores por causa da sua excitação e a única certeza que tenho é que eu preciso ter esta mulher.
— Onde você guarda as camisinhas? – Percebo que ela fica um pouco tensa e suas bochechas coram.
— Finningan, você é muito apressado. Não tenho camisinhas em casa. – Assusto-me com sua declaração, ela acha que sou apressado? Tenho vinte e cinco anos e não tenho filho. Qual é o seu problema, morena? A apressada é você. Divirto-me com meu pensamento.
— Jura que sou? – Ela acaricia meu rosto, seu toque macio é viciante.
— Demais, dois beijos e já quer me levar para cama, Finningan? Já considero muita evolução estar aberta e presa em seu quadril enquanto suas mãos me acariciam. Sem falar que você é meu chefe. – Fico ainda mais assustado, Deus! Será que ela traumatizou depois do filho e ficou difícil? Penso seriamente nessa hipótese.
— Quantos beijos antes Lina, já que estamos apenas no segundo? – Ela descruza as pernas, coloco-a em pé e ouço sua resposta que me deixa sem rumo:
— Não sei, de verdade não sei. – Olha em direção a cozinha. — Quer comer alguma coisa? – Muda de assunto e eu faço a proposta:
—Vamos descobrir quantos beijos são necessários? – Percebo que ela fica um pouco impaciente.
— Podemos ir com calma? Eu realmente não sei e eu acho que as coisas não acontecem assim de uma hora para outra. – Puta merda!
Como vou aguentar isso?
— Podemos. – Lina me beija no rosto.
— Vou pegar um lanche para nós dois. – Ela se retira e eu fico sem entender o que se passa. Que porra esta mulher tem, que acaba de conseguir uma negociação comigo?
Sento-me no sofá, instantes depois ela vem com dois copos de suco, alguns sequilhos e começamos a comer para tentar conter todo desejo.
— Por que voltou Charles? – Ela me olha tentando decifrar todas as minhas reações. Para esta pergunta, decido ser sincero.
— Simplesmente não consegui ficar sem sentir seu sabor novamente. – Seus olhos brilham.
— E por qual motivo foi embora? – Então decido omitir algumas verdades.
— Seu filho chegou, achei inapropriado ficar, apenas isso. – Parece pensativa. — Vamos jantar amanhã à noite? Depois podemos sair para dançar, umas nove da noite fica bom? – Mudo de assunto.
— Eu aceito a sua proposta. – Ótimo, de amanhã não passa!
— Quem sabe aumentamos a quantidade de beijos até que eu possa te ter por completo. – Lina fica com a pele corada.
— Podemos começar aumentando agora Charles. – Porra! Ela me surpreende.
— Não vou resistir assim morena. – Senta-se de lado em meu colo, cruza as pernas e roça os lábios nos meus.
— Vai sim, sei que nunca me forçaria a nada. – Ela sabe em que campo está caminhando.
— Tenha certeza. – Angelina me abraça com um misto de timidez e desejo.
— Seus olhos são lindos Charles. – Então percebo, ela é muito romântica, deve ter caído na lábia de um desgraçado qualquer e engravidou.
— Os seus são mais, parecem pedras preciosas, não consegui esquecer. – Confesso a minha verdade e nos beijamos, muito. E após chegar no meu limite de ficar só nos beijos viciantes e caricias demasiadamente comportadas para mim, decido parar.
— Lina, não vou aguentar ficar só nessa situação, você é linda e gostosa demais. – Angelina se inclina como se estivesse fugindo da minha visão e beija meu pescoço.
— Na verdade, nem eu, mas acho recente, nem nos conhecemos direito. – Ouço uma risada gostosa
— Logo vamos nos conhecer melhor, sou seu chefe, esqueceu? – Ela me diz que não tem como e nos despedimos.
Sigo para casa duro, em chamas e apesar da frustração sexual estou extremamente feliz. Esse jogo de Angelina colocar um pouco de dificuldade pode ser bom, algo novo para mim e eu aprovo.
Angelina Mendes
Após a saída de Charles, sinto minha pele aquecida, ao me olhar no espelho noto meus lábios inchados, sento-me na cama e vejo nas minhas coxas a vermelhidão causada por seus toques e lá, na minha intimidade, a umidade. Minha calcinha com certeza está estragada e eu preciso de um banho, porém, prefiro ficar com seu cheiro gostoso no meu corpo.
— Ah meu Deus! – Não sei como resisti, mas como conseguiria tal proeza? – Ao deitar, abraço um travesseiro. — Charles é tão experiente. – E eu, o máximo que avancei com outro namorado foi deixar a sua mão ousada passear nos meus seios, ainda por cima do sutiã e isso já tem mais de dois anos.
Tentando recuperar meus batimentos cardíacos de uma garota viciada nos lábios de um certo homão, sento-me novamente, verifico que já são dez da noite e mesmo assim decido ligar para Mary que logo atende.
— Lina, estava muito ansiosa para falar contigo, mas não quis ligar para não atrapalhar. – Fico sem entender e ela continua: — Jordan está aqui com Israel na sala, enfim, o homem está possesso, dizendo que uma pequena anjinha está sendo desvirtuada e sei que ele passou aí para comemorar seu primeiro dia de trabalho. – Percebo toda confusão.
— Mary, sente-se, que a história é grande. – Conto para ela sobre a demissão, toda noite, até os beijos.
— MEU DEUS! Ele é o cara da boate? E agora seu chefe? Isso é maravilhoso, como conseguiu manter as pernas fechadas? – Divirto-me com a sua empolgação.
— Não sei como consegui, pedi um tempo pois ele vai ser meu chefe, enfim fico receosa e não somos namorados. – É tudo tão confuso. — Porém não sei racionalizar o que está acontecendo, eu o desejo demais, a química é forte, só que, estou insegura. – Ouço Mary suspirando.
— Você é dona do seu corpo e sobre seus medos, bem, ele tem que te deixar segura. – Ela tem razão. — Ele quer namorar com você? – Fico um pouco sem graça por saber que não.
— Ele me chamou para jantar amanhã. – E eu sei que será apenas isso.
— Ele quer algo com você com certeza, mas não se apaixona logo, está certo? – Acabo gargalhando.
— Mary, ele com certeza é do tipo que não se apaixona, já eu, sou ao contrário. Acho que desde a boate que estou abalada e agora que sei quem ele é, que nos encontramos novamente, minha situação piorou. – É até triste ser uma romântica incurável em um mundo de sentimentos tão superficiais.
— Ai, ai, ai! Pelo menos não confessa para ele e segura os sentimentos. Sobre ele não se apaixonar, eu discordo de você. Vão trabalhar juntos, já se beijaram, ele só vai pensar em ti. – Tenho minhas dúvidas, corações como os do Sr. Finningan são blindados. — Agora me diz, já sabe com que roupa vai ao jantar? – Lembro dos vestidos que tenho e nada parece apropriado. Não sou muito de sair.
— Vou comprar alguma roupa amanhã e não conta nada para Israel, ele vai acabar contando para Jordan. – E ninguém merece ser repreendida por um intrometido. — E outra coisa, você pode ficar aqui com Junior? Se eu pedir para meus pais, terei que dar explicações. – Ela confirma, conversamos mais um pouco e depois desligamos.
...
Acordo com Junior puxando meu lençol e só entendo o motivo do seu comportamento estranho quando meus olhos veem o relógio no meu criado-mudo que marca onze da manhã.
— MEU DEUS! – Meu bebê até se assusta. — Está com fome? Passei da hora de acordar. – Ele pega na barriga e faz uma caretinha.
— Muita mamãe. – Como eu consegui dormir tanto? —Vamos comer?
— Claro que sim e depois ainda temos que fazer sua fisioterapia, meu pequeno. – Ele faz um sinal de “legal”.
— Mas só depois da comidinha. – Levanto-me, carrego Junior, corro com ele para a cozinha, o coloco na sua cadeira alta para tomar café no balcão e sirvo cereal para nós dois, pois é o alimento mais rápido. Enquanto tomo meu café navego na internet para encontrar uma agência de diaristas para o apartamento e quando terminamos, está na hora da fisioterapia.
— Vamos meu campeão, hora do exercício. – Ele se anima.
— Finningan me chamou de campeão mamãe, gostei muito dele, quero um pai assim. –Também ia querer dar um pai desse para ele.
— Ele tem razão, meu amor. Você é mais que campeão. – Quando me lembro de tudo o que passou, o adjetivo lhe cai muito bem. — Agora deita de costas e vamos começar a mover estes pés? – Por já saber o passo a passo, começa sozinho. — Futuramente você será um Charles Finningan. – Faço os movimentos, vinte vezes de cada lado, colocando os pezinhos dele em um ângulo reto e a cada dia seu caminhar fica melhor, as sequelas do acidente já estão praticamente curadas.
— Doeu meu amor? – Junior senta e cruza as pernas.
— Nem um pouco, foi tranquilão. – Brinca apertando os dedinhos dos pés. — Um dia vou correr que nem Finningan? – Bagunço um pouco os seus cabelos.
— Você vai correr mais que ele. – Os olhos do meu príncipe brilham. — Vamos ao shopping? – Junior levanta e corre para o banheiro.
— Vamos e vou querer batata frita.
...
Quando estou pronta, meu celular vibra, percebo que chegou uma mensagem de um número desconhecido e logo abro para apenas ter certeza que é dele.
“Bom dia, linda.
Estou ansioso para aumentar a quantidade de beijos.
CF.”
Meu coração fica para saltar da boca. Será que ele vai se apaixonar por mim?
“Bom dia CF,
também quero aumentar a quantidade de beijos.
Até a noite.
L M.”
Respondo sua mensagem de forma tranquila, para não demonstrar desespero, porém, a verdade é que já dancei por dentro até no ritmo ragatanga.
Chegando ao shopping, seguimos para uma loja onde vende lindos vestidos que parecem de grife e com um ótimo preço. Escolho um preto cinturado com uma leve transparência em tule na cintura e no busto. Em seguida, em outro departamento escolho uma sandália com salto treze, delicada, vermelha, com pequenos arabescos que vão mostrar e esconder minha pele, causando um lindo contraste e trazendo um ar sexy na medida certa ao conjunto. Depois sigo para o salão onde escovo meus cabelos e pinto minhas unhas enquanto Junior fica na recreação do estabelecimento, assistindo desenho, e para agradá-lo, após estar pronta vou até um parquinho onde ele brinca com algumas crianças. Só depois, comemos um lanche maravilhoso e voltamos para casa no final da tarde.
Ao chegar, encontro Mary, ela como sempre toda animada começa a brincar com Junior, descubro que minha mãe fez uma cópia das chaves para ela e aproveitando a companhia que o meu menino tem, vou para suíte fazer uma depilação, para em seguida tomar um banho na banheira, com sais de fragrância de morangos.
Às quinze para as nove estou pronta, gosto da maquiagem onde destaco os lábios com um tom de vermelho e com a bolsa em mãos que mais parece uma carteira de cor preta vou para sala onde encontro Mary e meu amor, cochilando no sofá.
— Vão para cama. – Toco no ombro da minha amiga e ela acorda.
— UAU! Acho que alguém vai deixar de ser virgem, você está muito linda. – Assusto-me ao ver Junior despertando.
— Mary, por Deus! Lembre-se de Junior. – Ela dá de ombros.
— Ele não sabe o que é isso. – E justamente por isso vai ficar perguntando.
Quando penso em explicar para a titia doidinha que o seu sobrinho é muito curioso, o interfone toca, o porteiro me avisa que meu namorado chegou e é impossível não me divertir com a confusão que ele faz.
— Juro que não vou demorar. – Despeço-me de Mary, beijo Junior e vou ao encontro de Charles, sentindo meu coração disparado.
Ao chegar na recepção deparo-me com Finningan encostado no seu carro, vestido para levar qualquer mulher a loucura, com a camisa três quartos de cor preta levemente aberta e calça jeans que desenha suas coxas. Paro por um instante apreciando o homem mais gostoso que eu já vi e sigo até seu encontro toda encantada.
— Valeu a pena te esperar, você está belíssima. – Minha pele aquece com seu elogio e ele vem ao meu encontro.
— Obrigada, você também está muito bonito.
Ele me puxa, vira-me em direção ao carro, de forma protetora coloca as mãos nas minhas costas, me envolvendo em seu abraço, nossos lábios se encontram e quase não conseguimos parar.
Ainda ofegantes, sendo um perfeito cavalheiro, Charles abre a porta do carro, no momento eu constato que nunca estive em um automóvel tão luxuoso e percebo que ele é um dos rapazes mais ricos de Nova Iorque. Quando ele já está em seu assento, viro-me em sua direção e enquanto ele dirige, fico olhando para o lindo quarterback. Ao mesmo tempo que me encanto, começo a me assustar.
O que estou fazendo aqui meu Deus?
É óbvio que vou me ferrar.
— Está tudo bem, Lina? – Nota cada gesto meu e eu tento disfarçar.
— Sim, com certeza. – Não sei se sou convincente o suficiente, entretanto começamos a conversar durante o percurso, sem perceber chegamos no restaurante Masa e somos recebidos por um recepcionista que nos encaminha para um local separado e bem discreto.
Nossos lugares estão reservados um ao lado do outro.
De entrada foi servido uma salada com frutos do mar, Finningan fez questão de me alimentar e me beijar algumas vezes.
O prato principal, um salmão à moda da casa acompanhado de um vinho branco e a sobremesa um morango embebido no vinho, com calda de chocolate, foi aí que descobri, que morangos, chocolate e Charles eram o meu doce preferido.
— Gostou do jantar? – Aproximo-me e respondo olhando nos seus olhos:
— Amei, o jantar foi perfeito, este lugar é muito lindo, a companhia é maravilhosa e se eu soubesse do luxo daqui, ia me arrumar de forma mais adequada. – Tento esconder meu constrangimento ao me comparar com todos os presentes.
— Você está perfeita, mais linda neste lugar não há. – Me dá mais um beijo. — Pronta para dançar? – Finningan acaricia minha coxa.
— S-sim, posso sugerir um lugar? – Respondo tentando conter um gemido.
— Pensei em ir na boate onde te vi pela primeira vez, Lina. – Com certeza aquele lugar sempre estará marcado nos meus pensamentos.
— Ótima sugestão, mas queria te levar para dançar de verdade. – Percebo o quanto ele fica curioso.
— Leve-me Angelina. – Finningan traça beijos em meu pescoço, meu corpo arrepia com o roçar da sua barba e por alguns instantes perco a noção de tempo e espaço.
Minutos depois onde corremos o risco de sermos expulsos do restaurante, passo para ele o endereço de uma casa de show que fica próximo ao Central Park, o Dancezouk, onde o ritmo principal tocado é o zouk e seguimos.