Ellie
Os gritos abafavam a batida do jazz distorcido que saía dos alto-falantes sujos do teto. Eu estava encostada em uma das pilastras cobertas de pichações e manchas de algo que eu preferia não saber o que era. Meus olhos estavam fixos no ringue iluminado por lâmpadas de emergência, onde o chão, já completamente ensopado de sangue, parecia escorregadio até para a morte. Quatro lutas se passaram desde que entrei naquele maldito porão, e cada uma delas me empurrava para mais perto do que eu mais temia: a minha vez.
Senti o corpo quente do Dominic se encostar casualmente ao meu, como quem não queria nada. Mas eu sabia. Ele estava dizendo, sem dizer, que estava ali. Que não ia sair do meu lado, mesmo quando tudo dentro dele gritava para me tirar daqui.