CLARIS:
Olhei para a anciã por um instante e jurei que pude ver como tentava esconder o dourado e algo mais nos seus olhos. Não sabia como o fazia, mas tinha a certeza de que ela era uma loba e que não procurava ajudar-nos a escapar, mas sim o contrário. A voz na minha cabeça ordenou-me:
— Agora!
Não hesitei; não sabia se era o meu subconsciente, os meus filhotes, que eram tão poderosos como o pai, ou talvez fosse o próprio Atka a falar comigo. Virei a tempo de me dirigir para a estrada que me levava de volta à cidade.
— O que estás a fazer, miúda? — guinchou a anciã, tentando agarrar o volante.
Mas não a deixei, e ela recuou. O meu instinto dizia-me que ela não era uma amiga. A voz na minha cabeça continuava a avisar-me:
— Temos de nos livrar da loba.
— Quem é você realmente? — exigi sem tirar os olhos da estrada. — Por que apareceu precisamente quando a Clara escapou?
Um rosnado gutural emergiu da garganta da anciã, um som demasiado animal para vir de uma humana. Ela a