KIERAN:
A que chamávamos Clara respirava ofegante enquanto as lágrimas corriam pelo seu rosto. Suas palavras saíam atropeladas, como se cada uma fosse uma fissura a mais em sua alma já destroçada.
—O que você quer dizer? —perguntei—. A menina que você sempre carrega é sua? É sobrenatural? —Não importa, é minha menina. Ele me enganou e não me disse que era um licantropo. Depois roubou minha menina e a levou para a Austrália. Eu a encontrei, mas ela estava diferente —continuou, com o olhar perdido em algum canto do quarto—. Já não era minha menina. Algo nela havia mudado. Depois, não sei o que aconteceu. Vocês sabem onde está minha menina? Ela só tem três anos. Cada palavra era mais desconcertante que a anterior, mas eu não poderia ignorar o que significavam. Estavam