Após perder sua esposa de maneira trágica enquanto tentavam realizar o sonho de formar uma família, Enrico D'Angelo, um renomado CEO de 42 anos, mergulha de cabeça no trabalho para evitar o vazio que tomou conta de sua vida. Quatro anos se passam, e apesar de ter dobrado sua fortuna e alcançado novos patamares no ramo de importação e exportação, Enrico permanece um homem solitário, contando apenas com o apoio de seu fiel amigo, Dante. Enquanto isso, Thayla Varela, de 23 anos, retorna ao Brasil após anos dedicados aos estudos no exterior. Em sua chegada, um jantar de boas-vindas organizado por seu pai Dante, a coloca frente a frente com Enrico, um homem que ela sempre admirou à distância. Agora, porém, o encanto juvenil dá lugar a um desejo arrebatador, alimentado pela maturidade e charme irresistível do CEO. Trocas de olhares intensos no jantar deixam claro que a atração é mútua, e o que parecia ser apenas um reencontro inocente pode se transformar em algo muito mais profundo. Enrico, porém, terá que enfrentar os fantasmas do passado para permitir-se um novo começo, enquanto Thayla desafiará os preconceitos e barreiras para conquistar o homem que sempre acreditou ser inalcançável. Um Recomeço para o Viúvo Milionário é uma história sobre superação, segundas chances e a força do amor para curar até as feridas mais profundas.
Leer másEnrico Narrando
A chuva caía em gotas finas sobre a cidade, encharcando o asfalto e refletindo as luzes dos postes. Eu encarava o vidro da janela do meu escritório, segurando um copo de uísque com a mão firme, mas o olhar perdido em meio às lembranças. A noite estava fria, mas o vazio no meu peito era ainda mais gélido. Nunca imaginei que a vida me pregaria uma peça tão cruel. Quando conheci Madeleine na faculdade, me apaixonei de imediato. Ela tinha uma beleza estonteante e uma leveza no olhar que fazia o mundo parecer menos pesado. Eu sabia, desde o primeiro momento, que queria passar o resto da vida ao lado dela. O casamento foi natural, um passo certo, e por um tempo, tudo pareceu perfeito. Até que os laudos médicos caíram sobre nós como uma sentença. — Eu não posso te dar um filho, Enrico… — a voz dela ainda ecoa na minha mente como um sussurro distante. Ela segurava os exames com as mãos trêmulas, os olhos marejados. A chance de engravidar naturalmente era mínima. Para Madeleine, aquilo foi um golpe cruel. Eu sempre quis ser pai, sim, mas nunca ao ponto de fazer disso um fardo. Disse a ela que a amava, que podíamos encontrar outras formas. Mas ela não quis ouvir. No início, os tratamentos pareciam inofensivos, apenas consultas e exames. Depois, vieram as mudanças na rotina, as doses de hormônio, a ansiedade crescente. Logo, a obsessão tomou conta. Enquanto eu lutava para salvar a empresa que herdara do meu avô, Madeleine mergulhava num mundo onde só aquele sonho importava. Eu passava longas noites no escritório ao lado de Dante, meu melhor amigo, tentando reerguer o império da família. O sucesso veio com o tempo. Mas, em casa, tudo desmoronava. — Por que você não me toca mais? — ela me acusou, certa noite. Suspirei, cansado. — Do que está falando? — Você já desistiu de mim, não é? Acha que sou um caso perdido! Fechei os olhos por um instante, tentando conter a frustração. — Madeleine, eu só quero que você seja feliz. Não podemos viver assim, escravos de algo que pode nunca acontecer. Podemos adotar… — Não! — ela gritou. — Eu quero um filho seu! Meu! Nosso! Eu tentei. Tentei mostrar que o nosso amor não deveria ser definido por uma gravidez, mas nada adiantou. Cada tratamento falho só a tornava mais instável, mais amarga. Até que veio a decisão mais arriscada. — O médico disse que há um novo procedimento… Se der certo, eu finalmente ficarei grávida. Meu coração pesou. Eu já não confiava naqueles tratamentos, mas vi nos olhos dela um brilho que não via há anos. — Amor… tem certeza de que vale a pena correr esse risco? — Se funcionar, valerá cada segundo. No dia da cirurgia, caminhei pelos corredores do hospital, sentindo um aperto no peito que eu não sabia explicar. Quando o médico apareceu com a expressão séria, eu soube. — Senhor D’Angelo… sinto muito. O tempo parou. O ar se esvaiu dos meus pulmões. Madeleine se foi. E nada poderia trazê-la de volta. Agora, olhando a cidade pela janela, eu me sentia um homem quebrado. Tinha poder, dinheiro, sucesso. Mas o preço que paguei foi alto demais. Ergui o copo de uísque e bebi em um único gole. A vida seguiu. Mas eu nunca mais fui o mesmo. Sempre fui um homem rodeado de pessoas, mas a solidão se tornou minha sombra. Desde a morte de Madeleine, me fechei no trabalho, em uma rotina impecável que me impedia de pensar no que perdi. Meu único refúgio era a amizade de Dante. Ele esteve ao meu lado em todos os momentos, sem julgamentos. Antes do meu casamento, Dante se casou com Antonella, uma mulher doce e vibrante, o oposto da amargura que Madeleine cultivou nos últimos anos de vida. Fui padrinho do casamento dele, e ele do meu. Quando Madeleine descobriu a infertilidade, foi justamente quando a pequena Thayla nasceu. Uma menina linda, de olhos azuis brilhantes e cabelos dourados como raios de sol. Madeleine nunca aceitou Antonella, muito menos o fato de que ela tinha tudo o que lhe fora negado. Nunca esquecerei o olhar carregado de inveja quando soube da gravidez da amiga. E quando Dante e Antonella me convidaram para ser padrinho da menina, recusei. Não porque não amasse a criança, mas porque sabia que aquilo despertaria ainda mais rancor em Madeleine. Foi uma decisão que magoou Dante profundamente. Pedi desculpas inúmeras vezes, mas ele compreendia que o problema não era dele. Era dela. Os anos passaram, e eu vi Thayla crescer. Era impossível não me encantar com a doçura e alegria que ela espalhava. Um dia, observando-a, sorri e brinquei: — Sorte do homem que conquistar o coração dessa princesa. Mal sabia eu que, para Thayla, aquele coração já me pertencia. Como um sonho impossível, um sentimento que nasceu silencioso, intenso e, para ambos, inimaginável.Enrico Narrando Um ano… já faz um ano que sou pai.Observo minhas filhas brincando no tapete da sala, suas risadas preenchem o ambiente como uma melodia suave. Ayla e Aurora, minhas pequenas, minhas razões para respirar. Seus cabelos loiros brilham sob a luz do lustre, parecendo raios de sol. Os olhos azuis, profundos e cheios de vida, me encaram com uma pureza que me desmonta por dentro. Nunca imaginei que sentiria um amor tão forte, tão absoluto, tão definitivo.— Vocês são o meu maior presente — murmuro, me jogando ao lado delas.Aurora percebe primeiro minha presença e abre um sorriso banguela antes de vir correndo, ainda meio desajeitada. Logo atrás, Ayla tropeça um pouco, mas também se apressa para os meus braços. Meu coração aperta de emoção. Estendo os braços e as puxo para perto, rindo ao sentir seus corpinhos pequenos contra mim.— Vocês já estão grandes demais! — brinco, beijando o topo da cabeça de cada uma.Me deito no tapete, permitindo que subam em mim, puxem meu cabe
Thayla Narrando Minhas meninas nasceram. Elas são lindas, loirinhas de olhos azuis, e mesmo não sendo idênticas, são muito parecidas. Quando olho para elas, meu coração transborda de amor.Ainda parece um sonho. Eu as vejo dormindo, tão pequenas e delicadas, e me pego pensando em como tive sorte de carregar essas duas preciosidades dentro de mim. Agora, elas estão aqui, nos meus braços, e tudo mudou.O primeiro mês foi intenso. A maternidade é linda, mas também é cansativa. Dormir virou um privilégio raro. Meu corpo ainda está se recuperando da cesárea, e ao mesmo tempo, preciso ser forte para cuidar das duas. Felizmente, não estou sozinha.Enrico tem sido o melhor marido e pai que eu poderia desejar. Ele me ajuda em tudo. Troca fraldas, dá banho, nina as meninas, e, principalmente, me lembra constantemente que estou fazendo um ótimo trabalho.— Amor, pode pegar a Ayla para mim? Ela acabou de mamar e acho que precisa arrotar.— Claro, minha princesa. — Enrico pega Ayla com cuidado e
Enrico Narrando Minha vida não podia ser mais perfeita. Se alguém me dissesse anos atrás que eu largaria tudo para me dedicar à minha família, eu teria rido. Mas aqui estou eu, vivendo a loucura mais acertada que já fiz na vida: ficar com Thayla.A filha do meu melhor amigo, uma menina 19 anos mais nova que eu… Tantos diriam que era errado, que era impossível dar certo. Mas Thayla não é apenas uma mulher jovem. Ela é forte, determinada e dona de um coração gigante. Ela mudou minha vida por completo.Eu já tinha enterrado o sonho de ser pai. Já tinha aceitado que a paternidade não estava nos meus planos, que meu destino era focar na empresa e apenas viver. Mas a gravidez da Thayla reacendeu algo dentro de mim, algo que achei que tinha morrido.E quando descobri que não seria apenas um bebê, mas dois. Eu soube que a vida estava me dando uma segunda chance. Pai em dose dupla. A maior realização da minha vida. Ver as duas no ventre da mamãe deu outro sentido à minha existência.Hoje de m
Continuação...Thayla Narrando Assim que Enrico entrou na casa dos meus pais, senti meu coração acelerar. Ele estava cansado da viagem, mas seus olhos brilhavam ao me ver. Trazia um presente em mãos, um pequeno pacote embrulhado com delicadeza.— Para você, meu amor — disse, me entregando com um sorriso terno.Abri e encontrei um colar com um pingente de uma bailarina, ele disse que era a nossa filha. Meus olhos se encheram de lágrimas.— É lindo, obrigada, meu amor.Ele segurou meu rosto e beijou minha testa, e naquele instante, soube que esse seria um dos momentos mais especiais das nossas vidas.Minha mãe chamou todos para a mesa, e meu pai, já estava sentado na cabeceira, observando tudo com seu jeito atento e protetor. O jantar estava delicioso, e a conversa fluía leve, mas eu sentia o frio na barriga aumentar a cada segundo.Troquei um olhar com minha mãe, que sorriu de canto, me incentivando. Respirei fundo e peguei a mão de Enrico sobre a mesa.— Tem algo muito importante que
Thayla Narrando Acordei cedo, como sempre. Minha rotina matinal já estava bem estabelecida, e mesmo estando na casa dos meus pais, não queria alterar nada. Fiz minha higiene, vesti uma roupa confortável e desci para tomar café da manhã. Meu pai já estava de saída para a empresa e apenas me deu um beijo na testa antes de sair apressado.Me Sentei à mesa com minha mãe, tentando ignorar minha ansiedade. Minha barriga está crescendo rápido demais, e mesmo todos dizendo que era normal, eu não conseguia evitar a preocupação.— Você está muito quieta, filha — minha mãe comentou, colocando uma xícara de chá na minha frente.— Só estou pensando na consulta de hoje — respondi, pegando um pedaço de pão. — Minha barriga cresceu muito em pouco tempo, mãe. E se tiver algo errado?Ela sorriu e apertou minha mão.— Não tem nada de errado. Você está grávida, seu corpo está mudando. Mas hoje você vai tirar essa dúvida e vai ver que está tudo bem.Assenti, mas ainda assim não me sentia totalmente conve
Enrico Narrando Passamos exatos vinte dias em Gramado, e posso dizer com toda certeza que foram os melhores dias da minha vida. Thayla e eu aproveitamos cada momento dessa lua de mel perfeita. Ela, com seu jeito doce e encantador, tornou tudo ainda mais especial. Eu já sabia que essa viagem seria incrível, mas viver isso ao lado dela superou qualquer expectativa.Nos hospedamos em um chalé romântico com lareira, cercado por uma vista de tirar o fôlego. Todas as manhãs, acordávamos com o canto dos pássaros e o cheiro do café fresco, que era trazido por um serviço impecável. O friozinho da serra tornava tudo ainda mais aconchegante.No primeiro dia, decidimos conhecer o Lago Negro. Caminhamos de mãos dadas pela trilha arborizada e, apesar de não podermos andar de pedalinho por causa da gravidez de Thayla, sentamos em um dos bancos e apenas apreciamos a paisagem. O reflexo das árvores no lago, a brisa suave e o silêncio tranquilo nos fizeram perceber o quanto estávamos felizes.— Está g
Último capítulo