Eu mandei Willian embora.
A porta se fechou atrás dele e um silêncio pesado caiu sobre a casa. Meu peito subia e descia rapidamente, ainda tomada pela raiva da discussão. Eu não deveria ter cedido. Não deveria ter permitido aquele beijo. Mas, como sempre, Willian era uma tempestade em minha vida, bagunçando tudo, me fazendo esquecer qualquer lógica. O gosto dele ainda estava nos meus lábios, misturado com a frustração de tudo que tinha acontecido.
Abracei meu próprio corpo e respirei fundo. Meus pensamentos voltaram para minha mãe. Ela apareceu depois de tantos anos, não para me ver, não para saber se eu estava bem, mas para tomar o que era meu. Para me processar pela herança do meu avô. A surpresa inicial havia se transformado em ódio puro. Como ela ousava? Depois de tudo o que ela permitiu que me acontecesse, depois de me deixar à mercê de um monstro, agora queria me arrancar aquilo que era meu por direito?
Eu sabia que isso aconteceria em algum momento. Ela nunca se importou comigo