Malmy
— Hoje é seu dia, Malmy, estive a sua procura a manhã inteira.
Ergo-me de onde estava, cavando a pequena cova para a semente ser plantada.
— Se eu for agora, os soldados do rei me verão, sentirão a minha falta.
— Mas o Fosso vai enfraquecer — rebate o homem que insistia que eu deveria ir.
— Não vê que eles estão por toda parte? Deixe-me trabalhar, assim que terminar aqui eu vou.
— Se perdermos todo o poder por sua causa...
— Vai fazer o quê, vai me chicotear também? — encaro-o. Valentia brilha em meu olhar. Pra quem já está afundado na merda, um balde a mais não faz diferença.
— Vai se arrepender de me afrontar.
— Você é que vai se arrepender. O guarda já está vindo e se não me deixar trabalhar, nós dois seremos chicoteados.
O velho bruxo se afasta. Seu olhar tem promessas das mais perversas ao me encarar.
Continuo meu trabalho debaixo do sol quente. A pequena pá em minhas mãos é enfiada no solo, fazendo mais uma cova.
Dou um passo a diante e faço outra, e assim prossigo meu tra