Meu pai leva Julián com a mão em seu ombro. Não me escapa que, enquanto vão embora, Julián se despede de mim com uma expressão de desculpa. Retribuo com um pequeno sorriso, como quem diz que não tem problema.
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Nos encontraríamos com Lorenzo no local, então estou entrando na caminhonete de Mauro. Lá vamos nós para mais um coquetel chato, com pessoas com complexo de superioridade e tudo mais. Ao entrar, tudo vai conforme o planejado. Mauro queria dirigir esta noite, por isso está no assento do motorista, e minha mãe está no do passageiro.
As eleições estavam se aproximando, e ele precisava dar a impressão de ser um homem próximo de seus eleitores, muito "humilde". Até aí, nada fora do que eu esperava. O que eu não esperava é que, ao entrar no banco traseiro... meus pais estivessem discutindo.
— Você tinha que convidá-lo para minha casa? Sozinhos? — critica minha mãe.
— Você é venenosa, mulher — responde meu pai, obstinado.
— Nosso casamento iria melhor se você fosse capaz de respeitar