Meu tio Luciano é um personagem, um daqueles que costumam ser controlados por poucas pessoas no mundo. Está sua esposa, minha tia Marianne, também está meu tio Leandro, e em algumas ocasiões minha tia Lúcia. Ela é quem está nessa tarefa neste momento.
— Uma sessão espírita, Luciano? Isso te parece um jogo? Porque não é — repreende Lúcia.
— Quem está falando em jogar? Estou falando em investigar mais o misticismo nessas paredes — ele responde com uma expressão que para mim é de zombaria contida — Eu te contei a vez em que sua tia descobriu alguns ossos no porão por pura intuição?
Luciano está me olhando, acho que é outra de suas histórias, até que analiso a expressão envergonhada de Lúcia.
— Você realmente descobriu isso? De quem eram? — pergunto intrigada.
Ela toca a cabeça como se doesse.
— Você me faz parecer uma bruxa, foi uma coincidência. E os restos eram de um pobre infeliz do qual não precisamos falar para dar mais camadas à piada do seu tio.
— Eu não estou contando piadas — ele