— Aqui está, a planta de hortelã que você pediu, Lúcia — diz meu tio Luciano entrando com um pequeno vaso nas mãos — São 10 dólares mais gorjeta pelo serviço de entrega.
— Essa deve ser a tarifa mais alta cobrada por subir e descer de elevador para uma estufa — responde sem se deixar vencer minha tia.
— Você mora em uma casa com elevador e reclama de 10 dólares? Terrível — reclama ironicamente meu tio, ele se concentra em mim, sorri e deixa o vaso perto.
— Como está sua visão, sobrinha? — ele toca minha cabeça com uma mão, a outra ele coloca no meu rosto — Quantos dedos tem aqui? Não quero adivinhações.
Eu o olho como se não fosse engraçado, quando na verdade é muito engraçado. Meu tio Luciano é ridiculamente engraçado e o melhor contador de histórias do universo.
— Quatro — respondo o óbvio.
Ele vai se jogar no sofá à nossa frente.
— Ufa. Eu já estava me preparando para ter uma cega na família… — ele diz “preocupado”.
— Luciano… — Lúcia o repreende.
— Fique tranquila, tia. Não temos u