Quando saio, Luciano está deitado no sofá de maneira desconfortável. Tenta dar a forma correta ao seu corpo para que caiba nele. A verdade é que meu sofá é pequeno para acomodar um homem tão alto como ele deitado. Olho para ele com culpa.
—Vai conseguir descansar bem no meu sofá?
—Acho que não — está contorcido no móvel tentando caber enquanto olha para o teto.
Mordo a unha do meu polegar pensando no que fazer por ele. Tenho uma ideia.
—Tenho um colchão inflável guardado no meu armário. Mas a bomba para enchê-lo quebrou. Você poderia inflá-lo do jeito antigo?
—Quer que eu fique sem pulmões? Estou muito cansado para isso — ele se senta e suspira — Daria qualquer coisa para dormir numa cama...
Ele diz isso em um tom melancólico olhando para o chão. É a imagem perfeita de uma vítima, e eu a vilã.
—Caso você não saiba, neste apartamento há duas camas. Uma da Amy e a minha. O que você pede não vai rolar — esclareço.
—Tem certeza? Estava pensando que... — lá vem seu tom de vítima — ao amanhe