Narrado por Luciano Brown
Sempre fui uma ave em liberdade. Voei para onde quis, como quis e com quem quis. Sem limites, sem prestar contas a ninguém, sem desperdiçar minhas energias em conexões emocionais ou apegos desnecessários.
Essa tinha sido minha vida, esta excitante vida que tive a sorte ou desgraça de viver. Talvez deva pedir perdão àqueles que incomodei ou feri neste trajeto, mas dizem que pessoas feridas costumam ferir os outros. O que mais se poderia esperar de alguém como eu? Abandonado por sua mãe, à mercê de um pai alcoólatra e na batalha constante por ter a atenção da minha avó.
Fiz o que fiz, não me arrependo, não me sinto culpado. Ou era assim, até que tive um lembrete de que o tempo não perdoa ninguém, incluindo a mim. O Luciano de 18 anos não era o mesmo de 34, e inevitavelmente o peso das consequências do que uma vez fiz teria que me alcançar.
Estive consciente de que nesta vida tudo se paga, e com gosto pagaria esse preço. O pequeno inconveniente era que havia me p