É interessante como a mente humana funciona em um episódio maníaco. Veja-me aqui tendo proposto casamento ao meu chefe em um ataque de raiva. Ele não melhora meu constrangimento ao tomar o controle de sua mesa e pressionar para que as persianas baixem automaticamente para nos proteger dos curiosos.
Depois, junta suas mãos em uma prece. O silêncio do escritório está me matando de nervoso.
—Você veio bêbada para o trabalho? — pergunta paciente.
—Não estou bêbada. Nem-nem drogada — me defendo gaguejando.
—Você soa e age como uma pessoa intoxicada na minha opinião — ele apoia seu rosto em uma de suas mãos.
—Mas isso não te importou ao dormir comigo naquela noite, não é?
Aqui Luciano fica sério, endireita-se e me olha sombriamente. Da acessibilidade à couraça eu o vejo se transformar em questão de segundos.
—Se você quer ir pelo caminho da chantagem. Retrate-se. Você e eu sabíamos o que estávamos fazendo. Ambos desfrutamos. Ou você vai dizer que abusei de você? Pense duas vezes. Não fiz iss