— Do tamanho de uma régua? — Clara perguntou, abismada, na tarde de domingo.
Tinha sido escalada para trabalhar esse final de semana.
Ponderei por alguns instantes.
— Humm, talvez um pouquinho menor. Só um pouquinho.
— Maior que a do Pedro?
Alarguei o sorriso.
— Sim.
Clara tapou a boca, embasbacada.
— Meu Deus, Zoe, você é uma guerreira!
Eu ri e apoiei os cotovelos em cima da mesa. Estávamos num restaurante, próximo do seu trabalho, por volta de meio-dia e meia, horário do almoço dela.
— E aí, dando muitos matches no Tinder? — Eu perguntei.
Clara desviou o olhar para o prato.
— Alguns. — respondeu, meio vaga. — Mas tem um em especial.
— Ah, que bom! Deixa eu ver a foto dele?
— Err... — olhou para o relógio em seu pulso —, meu horário de almoço acabou, Zoe. Vou nessa!
Levantou-se depressa e saiu, me deixando sozinha.
Fiquei sem entender nada, já que Clara nunca tinha feito algo parecido.
Paguei a conta, peguei minha bolsa, e também saí.