— Suponhamos que essa empresa vá a falência, May. Você tem algum plano B?
Maya remexeu o canudo no café e me encarou, pensativa.
— Tenho — respondeu —, eu ficaria recebendo meu seguro-desemprego e enquanto isso iria colocando meu currículo em outras empresas. Amo administração.
— Eu também amo — menti.
Ela me olhou, descrente.
— Seja sincera consigo mesma pelo menos uma vez na vida, Jasmim. Você sabe bem o que ama. Além do Eros. Por falar nele, dormiram juntinhos, heein?
Eu ri.
— Não é a primeira vez que isso acontece, May. Eros é meu melhor amigo acima de tudo. Minha amiga segurou em minha mão.
— Conta a verdade pra ele. Não deixa esse amor todo te consumir. Ele merece saber.
Me encolhi na cadeira, sentia vontade de chorar.
— Fale a verdade, May, que homem se apaixonaria por uma mulher como eu?
— Está falando das espinhas?
— Sempre falarei delas. É meu carma.
Maya esfregou as têmporas, depois me encarou, toda séria.
Você