— Tem um projeto de paisagismo que precisa de um estúdio para elaborar as plantas. Parece que a melhor amiga da Sra. Davis abriu um escritório de design de jardins e tem uma boa reputação. Quer que eu entre em contato com ela? — Isaac perguntou com cautela, tentando entender o que Sterling pensava sobre o assunto. — Por acaso só existe esse estúdio de paisagismo em toda Londa? — Sterling retrucou friamente. — Entendi. — Isaac compreendeu na hora. Sterling obviamente não queria envolvimento com esse estúdio, então melhor deixar pra lá. Sterling massageou as têmporas, sentindo um leve incômodo. — Espalhe a notícia de que estamos buscando parceiros para esse projeto. O resto não é problema seu. Agora, traga os documentos urgentes para eu assinar. Se Clarice e Jaqueline eram tão próximas, era apenas questão de tempo até que ela viesse pedir um favor. E quando isso acontecesse, ele poderia impor suas condições. Isaac, mesmo sem entender a intenção de Sterling, apenas assentiu e
— Sterling, eu preciso sair agora e quis avisar você.Se não avisasse, com certeza Teresa arranjaria um jeito de armar contra ela pelas costas. Antes, quando estava sozinha, não se importava com o que Sterling fazia para atormentá-la. Mas agora, grávida de gêmeos, não podia se dar ao luxo de deixar que ele causasse problemas. Toda a esperteza que adquiriu no mercado de trabalho agora era usada para lidar com Sterling e Teresa. Se não fosse por ela mesma, ao menos precisava pensar nos bebês que carregava no ventre.— Você não acabou de voltar da rua? Vai aonde de novo? — Sterling perguntou, claramente irritado. Essa mulher agora queria sair o tempo todo!— Enviei meu currículo pela internet e uma empresa me chamou para uma entrevista agora. — Clarice, obviamente, não podia dizer a verdade, então inventou qualquer desculpa. Mentir não era nenhum desafio para ela.— Você ainda nem pediu demissão e já está fazendo entrevista em outra empresa? Clarice, você é advogada, por acaso não conhec
Quanto à punição que Sterling decidiria para ela, isso era um problema para depois. Guardando o celular, Clarice seguiu diretamente até o posto de enfermagem para falar com as enfermeiras e pedir que ficassem atentas a Teresa no quarto. Depois disso, saiu do hospital. Ela já tinha avisado Sterling que iria embora e também se certificou de que Teresa receberia os devidos cuidados. Se algo acontecesse nesse meio tempo, ninguém poderia culpá-la. Ao descer as escadas, enquanto esperava o carro, pegou o celular e ligou para Jaqueline. — Clarinha, o que foi? — Jaque, preciso ir ao hospital fazer mais um ultrassom. Você está livre para ir comigo? — Outro exame? O bebê está bem? — A preocupação na voz de Jaqueline foi imediata. — Existe a possibilidade de serem gêmeos! — Clarice respondeu, lembrando-se de como Jaqueline havia brincado com essa ideia antes. No fim, parecia que a boca dela realmente tinha poder. — O quê? Meu Deus! Que surpresa incrível! Onde você está? Espera aí
Jaqueline se virou bruscamente, surpresa, seus belos olhos fixos no homem. — Do que você está falando? Que absurdo é esse?! — Você sabe melhor do que ninguém se é absurdo ou não. Jaqueline, já que está comigo, é melhor se comportar. Caso contrário, veremos como eu cuido de você. — Os dedos longos dele brincavam com o pequeno sino no tornozelo dela, enquanto sua voz fria carregava uma ameaça sombria. Há poucos instantes, os dois estavam envolvidos em carícias e sussurros íntimos. Agora, as palavras do homem eram cortantes e impiedosas. Jaqueline respirou fundo e, ignorando a dor no corpo, se ergueu lentamente. Com um gesto gracioso, puxou os cabelos longos e ondulados para trás da orelha e soltou uma risada suave. — Se eu não obedecer, perco tudo, né? Seu estúdio. Sua melhor amiga. Tudo o que havia conquistado. O sorriso dela era encantador, sedutor até, mas nos olhos havia um brilho úmido, quase imperceptível. O homem sentiu uma irritação inexplicável crescer dentro del
O médico examinou Jaqueline e confirmou que estava tudo normal, soltando um suspiro de alívio. Mas, ao se virar, deu de cara com o olhar assassino de Simão. O susto foi tamanho que sua voz saiu trêmula. — S-Sr. Simão... — Como ela está? Por que ainda não acordou? — Simão perguntou, a voz carregada de impaciência. O olhar que lançou ao médico era afiado como uma lâmina, capaz de cortar um homem ao meio. O médico não fazia ideia do que tinha feito para irritar tanto aquele patrão. Suando frio, limpou a testa com pressa e respondeu rapidamente: — Ela está bem, só exausta. Dormiu de cansaço. Seu rosto estava pálido. Escolheu cada palavra com extremo cuidado, temendo dizer algo errado e enfrentar as consequências. — Então pode ir embora. E não deixe escapar uma única palavra sobre isso. — Simão ordenou friamente. O médico jamais ousaria comentar os assuntos de Simão com alguém. Isso seria suicídio. — Entendido. Com licença. Antes de sair, pegou um pequeno frasco do kit m
Jaqueline forçou um sorriso, mesmo que seu corpo inteiro estivesse gritando de dor. — Pode repetir dez vezes, Simão, que isso não vai mudar o fato de que somos apenas parceiros de cama. Mas sabe de uma coisa? Você deveria estar feliz. Pelo menos não precisa se preocupar que eu vá fazer um escândalo quando decidir se casar com outra mulher. Nos anos em que esteve com ele, sempre repetiu para si mesma que não poderia amá-lo. Afinal, perder alguém que se ama dói demais. Simão soltou uma risada fria. — Parceiros de cama? É assim que você define o que temos? Se é só isso, então por que eu deveria ser gentil com você? Antes que ela pudesse responder, ele a pegou nos braços e, sem o menor esforço, a jogou no sofá. Em seguida, desfez o cinto sem pressa. Jaqueline gritou de dor, mas ele ignorou completamente e continuou com sua punição. Naquele momento final, Simão mordeu seu ombro com força. A dor foi tão intensa que lágrimas brotaram em seus olhos e o suor cobriu sua testa. Sua
— Obrigada! — Jaqueline agradeceu, pegando o pacote e fechando a porta logo em seguida.Depois de trocar de roupa, Jaqueline saiu do hotel e chamou um táxi rumo ao hospital. Apesar da situação embaraçosa, ela precisava cuidar do ferimento no ombro o mais rápido possível. Não podia correr o risco de ficar com uma cicatriz.Enquanto tratava o machucado, o olhar do médico era um tanto estranho. A marca de mordida naquela região deixava óbvio o que havia acontecido, e ele não conseguia disfarçar a curiosidade. Jaqueline, no entanto, manteve-se tranquila. Ela não se importava. Afinal, o médico não a conhecia, e que diferença fazia ele saber que tinha sido uma mordida do namorado? Não era problema dela.Assim que saiu do hospital, já com o curativo no ombro, Jaqueline deu de cara com Callum. O queixo dele estava machucado, havia sangue no canto de sua boca, e uma mancha roxa tomava conta de sua bochecha. Ele estava com uma aparência péssima, como se tivesse acabado de sair de uma briga.Jaq
— Hum! — Clarice respondeu com um murmúrio leve. Jaqueline soltou um grito animado: — Uau, que maravilha! Agora eu vou ter um afilhado e uma afilhada! Amanhã mesmo vou sair para comprar roupinhas de bebê! Ela estava genuinamente feliz por Clarice. — E você, como está? Clarice havia ligado porque Jaqueline não tinha dado notícias, e ela estava preocupada. Agora, ao ouvir a voz dela e perceber que estava tudo bem, Clarice se sentiu mais tranquila. — Estou ótima! Assim que desligar vou dormir. — Jaqueline respondeu, mas preferiu não contar a verdade. Não queria que Clarice se preocupasse. — Então vai descansar. Amanhã cedo nos encontramos no estúdio. — Clarinha, feliz aniversário! — O resultado do ultrassom de hoje foi o melhor presente de aniversário que eu poderia ganhar. Estou muito feliz! — Clarice respondeu com um sorriso na voz. Afinal, Túlio havia reunido toda a família na Mansão Davis naquele dia, e ela não podia falar abertamente sobre o que realmente a alegrava