Sterling falou devagar, com um tom pesado. Suas palavras não pareciam um agradecimento, mas uma advertência dirigida a Antônio e Ana.
A mão de Antônio, que segurava a taça de vinho, tremia tanto que o líquido quase transbordava. O suor escorria pela sua testa, e ele gaguejou ao responder:
— Como pais, é o nosso dever cuidar bem da Clarinha. Sterling, você está sendo muito educado!
Ana tremia tanto quanto o marido. Sua voz saiu trêmula, quase inaudível:
— Clarinha, você deveria vir nos visitar mais vezes. Sentimos muito a sua falta!
Ela entendeu perfeitamente o que Sterling queria dizer com aquelas palavras, e seu coração disparou.
Não era ele quem, segundo os boatos, mantinha uma amante? Então, por que estava tão dedicado a Clarice?
Ana começou a reconsiderar sua atitude. Talvez fosse melhor tratar Clarice um pouco melhor. Caso contrário, se Sterling decidisse não investir mais na empresa deles, seria um desastre. Pensando nisso, decidiu que no dia seguinte levaria Clarice