Clarice hesitou por um momento antes de perguntar: — Essa ideia de me dar folga foi sugestão da Teresa ou da sua mãe? As palavras que Teresa havia dito a ela ainda estavam gravadas em sua mente com cada detalhe. — Foi ideia minha! — Sterling respondeu, apertando levemente o rosto dela com os dedos. — Quero que você fique em casa para se preparar para a gravidez. Os olhos de Clarice se arregalaram ligeiramente. — Você realmente quer que eu tenha um filho? Ela sentiu que Sterling estava tentando testá-la, e isso a deixou desconfortável. — Nós já não combinamos isso antes? Vamos ter um filho juntos. — Sterling disse de maneira direta. Para ele, essa era apenas uma forma de fortalecer ainda mais o vínculo entre eles. Sterling não queria divórcio e também não queria buscar outra mulher. Mesmo que não amasse Clarice, ele pretendia passar o resto da vida ao lado dela. Clarice manteve a expressão neutra e respondeu com frieza: — Eu já disse antes, para eu ter um filho, você
Clarice encarou os olhos sombrios do homem à sua frente, sentindo uma dor surda no peito. Depois de alguns segundos de silêncio, ela finalmente respondeu com a voz baixa:— Teresa passou por mil dificuldades para ter esse filho. Você deveria valorizá-lo muito. Quanto a mim, se eu não quero, você pode me chamar de ingrata.Dizendo isso, Clarice empurrou Sterling com força e saiu do elevador.Ela não podia acreditar na diferença de tratamento. Ele tinha tanta consideração por Teresa, mas a tratava como uma máquina de fazer filhos. Já que Teresa já tinha dado a ele o que ele queria, por que ele ainda insistia nela?Sterling foi atrás dela com passos rápidos e segurou seu braço com força. Um sorriso frio surgiu em seu rosto.— Você não tem escolha.Clarice, irritada e sem paciência, não quis prolongar a conversa. Ela abaixou a cabeça e mordeu a mão dele com força.Sterling sentiu a dor e soltou seu braço por reflexo. Clarice aproveitou e correu, sem olhar para trás.Com o rosto fechado, St
Sterling estava claramente aproveitando o momento e, obviamente, não deixaria que ela fizesse as coisas sozinha.— Fique quietinha aí! Senão, vou te mostrar como eu resolvo isso! — Ele ameaçou em voz baixa.Clarice sentiu o coração pesar e respondeu, nervosa:— Estou com dor na barriga, para com isso!O rosto de Sterling ficou um pouco mais sério.— Por que você está com dor de barriga de novo?Os olhos do homem a analisaram com desconfiança, como se ele não acreditasse. Clarice sempre dizia que estava com dor na barriga, e Sterling tinha certeza de que era só uma desculpa para evitar ele.Clarice ficou tensa, com medo de que ele percebesse algo. Ela ergueu o olhar e o encarou de forma irritada.— A culpa é sua! Ontem você foi tão bruto na cama que ainda estou sentindo dor. Nem tive tempo de me recuperar.Ela não sabia se ele acreditaria.Sterling apertou os lábios, e um sorriso apareceu no canto de sua boca.— Você não está na cama comigo pela primeira vez. Já deveria saber o quão bru
Por que ela queria que Sterling colocasse no viva-voz? Clarice só podia estar procurando problemas para ela mesma. — O médico já disse que você não pode se emocionar demais. Se continuar assim, da próxima vez nem vou me preocupar com você! — Sterling repetiu pela segunda vez que não cuidaria mais dela. O coração de Teresa ficou apertado, misturando medo e ansiedade. — Sterling, eu não me exaltei, prometo! Vou seguir direitinho tudo o que o médico recomendou. Por favor, não diga que vai me abandonar! Por causa das palavras de Sterling, Teresa quis chorar, mas não teve coragem. Mesmo assim, sua voz saiu embargada, um choro abafado escondido em cada palavra. — Tá bom, eu preciso trabalhar. Descanse um pouco, e assim que eu puder, passo aí para te ver. — Sterling finalmente cedeu um pouco, sua voz um pouco mais branda. — Cuide-se também! Vou descansar agora... Estou esperando você, viu? — Teresa largou um suspiro aliviado, e sua voz agora trazia um sorriso. Clarice respirou fun
Clarice ficou sem palavras, completamente travada. Ela sabia que, se realmente irritasse Sterling, ele seria capaz de cumprir sua ameaça e retirar a equipe médica. Se isso acontecesse, sua avó não teria mais tratamento e estaria condenada a simplesmente esperar pela morte. — Está com raiva? Com vontade de me matar? — Sterling observou as mudanças na expressão dela, enquanto passava o polegar pelos lábios delicados de Clarice. Ele foi direto. — No fim das contas, é porque você não é forte o suficiente. É por isso que eu consigo te controlar tão facilmente. Clarice respirou fundo. Sterling estava certo. Era porque ela não era forte o bastante. Se tivesse sido, já teria saído da vida dele no momento em que pensou nisso pela primeira vez. Não estaria na situação humilhante em que se encontrava agora. — Eu já disse: fique quieta ao meu lado e não tenha pensamentos que não deveria ter. Caso contrário, sua avó só poderá esperar pela morte. — Sterling falou com frieza, e então se virou p
Clarice agora via o papel de Sra. Davis como apenas um trabalho. Ela estava colaborando com ele, mas não por amá-lo.Era exatamente o resultado que Sterling queria, então por que ele se sentia tão insatisfeito?Clarice abaixou os olhos para observar suas mãos repousando sobre as pernas, sem demonstrar nenhuma emoção.Ela sempre foi extremamente dedicada ao trabalho, e esse papel não era diferente. Afinal, essa “função” permitia que sua avó recebesse o melhor tratamento possível. Se fosse necessário vender a si mesma para garantir a recuperação de sua avó, ela o faria sem hesitar.Sterling, de mau humor, dirigia rápido. O silêncio entre eles era pesado, e nenhum dos dois tentou quebrá-lo durante todo o trajeto.Logo, o carro parou na entrada de um restaurante.Ele entregou as chaves do carro ao valet e estendeu o braço para Clarice, com um gesto sutil.— Me dê o braço.Clarice lançou-lhe um olhar breve antes de obedecer, entrelaçando o braço no dele. Estava claro que ela estava “trabalh
Asher franziu a testa e afastou as mãos de Beatriz com firmeza. — Sente-se direito. Para ele, tudo o que havia entre eles não passava de uma transação. Fingir intimidade para os outros só o deixava enojado. — Estamos entre amigos, Asher. Não precisa ficar com vergonha. — Beatriz fingiu não notar a expressão sombria dele e, mais uma vez, estendeu os braços para envolver sua cintura. Sua voz era doce e melosa, um tom cheio de afetação. Ela não podia perder para Clarice! O forte cheiro de perfume invadiu o nariz de Asher, e a expressão gentil em seu rosto desapareceu instantaneamente, dando lugar a um olhar frio. Ele empurrou Beatriz e se levantou. — Vou lá fora fumar. Se continuasse ali, ele não conseguiria controlar o impulso de explodir e destruir sua fachada de homem calmo e moderado. — Asher! Você não vai sair daqui! — Beatriz gritou, irritada, levantando-se de repente e segurando o braço dele com força. Não queria deixá-lo sair. Se ele saísse, onde ela colocaria sua
Pedro e Paula trocaram um olhar, mas cada um estava perdido em seus próprios pensamentos. Pedro pensava que, com o casamento de Asher e Beatriz, eles se tornariam oficialmente da mesma família que Sterling. Se o Grupo Bennett pudesse se aliar ao Grupo Davis, isso traria enormes vantagens para o futuro da empresa. Paula, no entanto, tinha outra visão. Para ela, o casamento de Asher com Beatriz significaria um fim definitivo para qualquer sentimento que ele ainda pudesse ter por Clarice. Ela conhecia o filho que havia criado. Sabia que ele era responsável, leal e muito emotivo. Seu único defeito era ser profundamente apegado a tudo o que amava. Sterling interrompeu os pensamentos dos dois com uma pergunta fria: — Quando vão servir o jantar? Clarice está com fome. Clarice tinha horários bem definidos para comer. Todos os dias, às seis e meia da tarde, ela já estava jantando. No início do casamento, Clarice sempre esperava Sterling voltar para casa para que pudessem jantar junt