— Então você a ama tanto assim, Asher? — Beatriz perguntou, enquanto sua voz carregava uma fúria que transbordava em cada palavra. O ódio subiu com tanta força que sua expressão ficou deformada, quase monstruosa.Ela apertou os punhos, sentindo o coração pulsar de raiva. “Clarice... Aquela vadia só tem um rosto bonito! E isso é suficiente para fazer Asher se ajoelhar aos pés dela?” Beatriz odiava Clarice. Mas, acima de tudo, odiava Asher.— Beatriz, lembre-se do que acabou de dizer. — Asher respondeu, ignorando a pergunta dela. Ele não se deu o trabalho de responder se amava ou não Clarice. Isso nem importava mais. O que importava era o que ele faria por Clarice.Beatriz respirou fundo, tentando controlar o turbilhão de emoções que a dominava. Seu olhar estava cheio de lágrimas e sua voz saiu trêmula: — Eu prometo que não farei nada contra Clarice! E, já que é assim, não precisamos conversar à noite. Vamos marcar o casamento para a próxima semana! Se Asher queria se casar com ela a
Asher hesitou por um momento, mas acabou levantando o olhar. Foi então que Beatriz, de repente, inclinou-se e aproximou os lábios, depositando um beijo rápido em sua testa. Antes que ele pudesse reagir, ela se afastou com um sorriso enigmático.— Pronto, estou indo! Te vejo à noite. E não se esqueça da sua promessa! — Disse ela, com uma leve provocação na voz. Ela viu quando Asher pegou uma toalha de papel úmida e passou no rosto, limpando o local onde ela o havia beijado. Aquilo fez seu coração apertar, mas Beatriz não deixou transparecer. “Tudo bem, em breve ele será meu marido. Depois de casados, eu terei todo o tempo do mundo para estar com ele do jeito que quiser.” Pensou ela.Asher terminou de limpar o rosto, jogou a toalha no lixo sem sequer olhar para Beatriz e voltou ao trabalho, como se nada tivesse acontecido. Para ele, aquele pequeno episódio não fazia a menor diferença. Beatriz observou-o por alguns segundos, o sangue fervendo diante da indiferença dele. Mas, no fim, e
— Dra. Clarice, por que o grande chefe está aqui de novo? Ele não tem nada melhor para fazer? — Lilian resmungou baixinho, olhando rapidamente para a porta. Clarice deu um pequeno sorriso, quase imperceptível, e respondeu: — Melhor você sair. Ela sabia por que Sterling tinha vindo. Provavelmente, porque ela o ignorou no hospital. Mas ainda não conseguia adivinhar se ele estava ali para defender Teresa ou por outro motivo qualquer. — Mas o chefe está com uma cara tão assustadora... Será que ele é violento em casa? — Lilian comentou, olhando para Sterling que se aproximava com um semblante gelado. Ela parecia um pouco preocupada. Clarice não conseguiu conter o riso. — Lilian, vai embora logo. Se continuar aqui, ele pode decidir te demitir na hora! Lilian sempre falava o que pensava, mas se Sterling ouvisse, era bem capaz de mandá-la embora sem nem pestanejar. — Tá bom, tá bom, já vou! Mas, se ele tentar te machucar, me chama! — Lilian insistiu, ainda receosa. — Pode dei
Sterling foi tomado por um desejo incontrolável e sua mão deslizou para dentro do vestido de Clarice. Ela tentou conter o pânico que crescia dentro de si e falou com pressa: — Sterling, estamos no escritório, na minha sala! A qualquer momento alguém pode entrar! Se você quiser tornar pública a nossa relação, por mim tudo bem! Mas e a Teresa? Você não tem medo de que ela vire motivo de chacota por aqui? Clarice sabia que Sterling amava Teresa e jamais permitiria que ela fosse alvo de fofocas. O movimento da mão dele parou abruptamente. Ele se inclinou e mordeu de leve o lóbulo da orelha dela, enquanto sua voz rouca sussurrava: — Clarice, você está com medo, não está? Se ela realmente não se importasse em expor o relacionamento deles, estaria agora tentando seduzi-lo, e não buscando desculpas para afastá-lo. Desde que ela pediu o divórcio, o comportamento dela tinha mudado completamente. Antes, ele conseguia sentir o amor que ela tinha por ele. Agora, não sentia mais nada. Is
O peito de Sterling foi atingido por uma mancha de vômito que Clarice acabara de expelir. O cheiro ácido e desagradável subiu imediatamente, invadindo o ar de forma insuportável.— Clarice... — Sterling a chamou entre os dentes cerrados, sua voz carregada de irritação. Ela estava tão desconfortável assim com o beijo dele? Ao ponto de vomitar? Clarice, percebendo o que havia feito, pegou algumas toalhas de papel às pressas e começou a limpar a roupa dele. — Me desculpe, eu não fiz de propósito! Assim que terminou de limpar a camisa dele, sentiu o estômago revirar novamente. Sem sequer olhar para Sterling, ela saiu correndo do escritório e foi direto para o banheiro. Por sorte, no almoço com Paula, ela havia comido pouco, então, depois de vomitar, seu estômago finalmente se acalmou. Clarice se apoiou na pia, abriu a torneira e lavou a boca. Mas, antes que pudesse recuperar o fôlego, uma voz sarcástica soou atrás dela: — E eu achando que você era toda certinha! No fim das co
Sterling ergueu os olhos e encarou Clarice. Os olhares se encontraram, e ela, instintivamente, fechou as mãos em punho. Seu coração disparou, uma sensação de nervosismo tomou conta dela. — Clarice, por que você tem vomitado com tanta frequência? Está grávida? — Ele perguntou, com o tom casual, mas firme. Teresa, quando estava grávida, vomitava muito e tinha pouco apetite, e a situação de Clarice parecia suspeita. Clarice sentiu as pálpebras pularem de ansiedade. Ela segurou o pânico e respondeu com uma voz fingidamente tranquila: — Você mordeu minha língua tão forte que abriu um corte. O gosto forte de sangue na boca é horrível, me deu ânsia e eu não consegui segurar! Por que você está tão obcecado com a ideia de eu estar grávida? Está querendo que eu tenha um filho seu? Ela não fazia ideia se sua desculpa seria convincente o suficiente. Mas se ele não acreditasse, era certo que ele a arrastaria para um hospital. Um simples exame de sangue seria suficiente para revelar a verdad
Ao ouvir a voz, Isabelly virou-se bruscamente. Quando seus olhos encontraram Sterling, ela sentiu o coração disparar tanto que parecia que iria saltar pela garganta. “Que homem lindo! Que voz maravilhosa! E que corpo... Ele é o grande chefe?” Clarice caminhou rapidamente até Sterling, posicionando-se diante dele. — Você não disse que ia voltar para a empresa? Vai logo! Agora que a porta estava aberta, bastava Isabelly gritar uma única vez, e todos os funcionários do escritório correriam para ver o que estava acontecendo. Clarice não tinha a menor intenção de tornar pública sua relação com Sterling. Afinal, eles estavam prestes a se divorciar, e ela não queria virar assunto de fofoca no escritório. Sterling, por outro lado, ficou irritado com a expressão nervosa dela. Era tão óbvio que ela fazia de tudo para evitar ser associada a ele. — Clarice, você... — Sterling começou a falar, mas não conseguiu terminar. Clarice estendeu as mãos e o empurrou para fora da sala. Em seguid
Isabelly foi embora, deixando Clarice e Sterling frente a frente. — O que vocês estavam falando agora? Clarice, você está escondendo alguma coisa de mim? — Sterling perguntou, estreitando os olhos. Ele sentia que havia algo estranho em Clarice, mas não conseguia identificar exatamente o que era. Clarice sentiu o coração apertar, mas rapidamente recuperou a calma. Ela sorriu e respondeu: — Sterling, você pode investigar tudo sobre mim, eu poderia esconder alguma coisa de você? Ela sabia que ele era desconfiado por natureza e que seus segredos não ficariam escondidos por muito tempo. Por isso, precisava sair da vida dele antes que ele descobrisse a verdade e colocasse em risco o bebê que ela carregava. O sorriso dela parecia forçado, o que só aumentou a desconfiança de Sterling. Ele começou a se perguntar o que, afinal, Clarice estava escondendo dele. Ele deu um passo à frente e estendeu a mão para puxá-la pelo braço, mas foi interrompido por uma voz feminina atrás dele. —