Asher hesitou por um momento, mas acabou levantando o olhar. Foi então que Beatriz, de repente, inclinou-se e aproximou os lábios, depositando um beijo rápido em sua testa. Antes que ele pudesse reagir, ela se afastou com um sorriso enigmático.— Pronto, estou indo! Te vejo à noite. E não se esqueça da sua promessa! — Disse ela, com uma leve provocação na voz. Ela viu quando Asher pegou uma toalha de papel úmida e passou no rosto, limpando o local onde ela o havia beijado. Aquilo fez seu coração apertar, mas Beatriz não deixou transparecer. “Tudo bem, em breve ele será meu marido. Depois de casados, eu terei todo o tempo do mundo para estar com ele do jeito que quiser.” Pensou ela.Asher terminou de limpar o rosto, jogou a toalha no lixo sem sequer olhar para Beatriz e voltou ao trabalho, como se nada tivesse acontecido. Para ele, aquele pequeno episódio não fazia a menor diferença. Beatriz observou-o por alguns segundos, o sangue fervendo diante da indiferença dele. Mas, no fim, e
— Dra. Clarice, por que o grande chefe está aqui de novo? Ele não tem nada melhor para fazer? — Lilian resmungou baixinho, olhando rapidamente para a porta. Clarice deu um pequeno sorriso, quase imperceptível, e respondeu: — Melhor você sair. Ela sabia por que Sterling tinha vindo. Provavelmente, porque ela o ignorou no hospital. Mas ainda não conseguia adivinhar se ele estava ali para defender Teresa ou por outro motivo qualquer. — Mas o chefe está com uma cara tão assustadora... Será que ele é violento em casa? — Lilian comentou, olhando para Sterling que se aproximava com um semblante gelado. Ela parecia um pouco preocupada. Clarice não conseguiu conter o riso. — Lilian, vai embora logo. Se continuar aqui, ele pode decidir te demitir na hora! Lilian sempre falava o que pensava, mas se Sterling ouvisse, era bem capaz de mandá-la embora sem nem pestanejar. — Tá bom, tá bom, já vou! Mas, se ele tentar te machucar, me chama! — Lilian insistiu, ainda receosa. — Pode dei
Sterling foi tomado por um desejo incontrolável e sua mão deslizou para dentro do vestido de Clarice. Ela tentou conter o pânico que crescia dentro de si e falou com pressa: — Sterling, estamos no escritório, na minha sala! A qualquer momento alguém pode entrar! Se você quiser tornar pública a nossa relação, por mim tudo bem! Mas e a Teresa? Você não tem medo de que ela vire motivo de chacota por aqui? Clarice sabia que Sterling amava Teresa e jamais permitiria que ela fosse alvo de fofocas. O movimento da mão dele parou abruptamente. Ele se inclinou e mordeu de leve o lóbulo da orelha dela, enquanto sua voz rouca sussurrava: — Clarice, você está com medo, não está? Se ela realmente não se importasse em expor o relacionamento deles, estaria agora tentando seduzi-lo, e não buscando desculpas para afastá-lo. Desde que ela pediu o divórcio, o comportamento dela tinha mudado completamente. Antes, ele conseguia sentir o amor que ela tinha por ele. Agora, não sentia mais nada. Is
O peito de Sterling foi atingido por uma mancha de vômito que Clarice acabara de expelir. O cheiro ácido e desagradável subiu imediatamente, invadindo o ar de forma insuportável.— Clarice... — Sterling a chamou entre os dentes cerrados, sua voz carregada de irritação. Ela estava tão desconfortável assim com o beijo dele? Ao ponto de vomitar? Clarice, percebendo o que havia feito, pegou algumas toalhas de papel às pressas e começou a limpar a roupa dele. — Me desculpe, eu não fiz de propósito! Assim que terminou de limpar a camisa dele, sentiu o estômago revirar novamente. Sem sequer olhar para Sterling, ela saiu correndo do escritório e foi direto para o banheiro. Por sorte, no almoço com Paula, ela havia comido pouco, então, depois de vomitar, seu estômago finalmente se acalmou. Clarice se apoiou na pia, abriu a torneira e lavou a boca. Mas, antes que pudesse recuperar o fôlego, uma voz sarcástica soou atrás dela: — E eu achando que você era toda certinha! No fim das co
Sterling ergueu os olhos e encarou Clarice. Os olhares se encontraram, e ela, instintivamente, fechou as mãos em punho. Seu coração disparou, uma sensação de nervosismo tomou conta dela. — Clarice, por que você tem vomitado com tanta frequência? Está grávida? — Ele perguntou, com o tom casual, mas firme. Teresa, quando estava grávida, vomitava muito e tinha pouco apetite, e a situação de Clarice parecia suspeita. Clarice sentiu as pálpebras pularem de ansiedade. Ela segurou o pânico e respondeu com uma voz fingidamente tranquila: — Você mordeu minha língua tão forte que abriu um corte. O gosto forte de sangue na boca é horrível, me deu ânsia e eu não consegui segurar! Por que você está tão obcecado com a ideia de eu estar grávida? Está querendo que eu tenha um filho seu? Ela não fazia ideia se sua desculpa seria convincente o suficiente. Mas se ele não acreditasse, era certo que ele a arrastaria para um hospital. Um simples exame de sangue seria suficiente para revelar a verdad
Ao ouvir a voz, Isabelly virou-se bruscamente. Quando seus olhos encontraram Sterling, ela sentiu o coração disparar tanto que parecia que iria saltar pela garganta. “Que homem lindo! Que voz maravilhosa! E que corpo... Ele é o grande chefe?” Clarice caminhou rapidamente até Sterling, posicionando-se diante dele. — Você não disse que ia voltar para a empresa? Vai logo! Agora que a porta estava aberta, bastava Isabelly gritar uma única vez, e todos os funcionários do escritório correriam para ver o que estava acontecendo. Clarice não tinha a menor intenção de tornar pública sua relação com Sterling. Afinal, eles estavam prestes a se divorciar, e ela não queria virar assunto de fofoca no escritório. Sterling, por outro lado, ficou irritado com a expressão nervosa dela. Era tão óbvio que ela fazia de tudo para evitar ser associada a ele. — Clarice, você... — Sterling começou a falar, mas não conseguiu terminar. Clarice estendeu as mãos e o empurrou para fora da sala. Em seguid
Isabelly foi embora, deixando Clarice e Sterling frente a frente. — O que vocês estavam falando agora? Clarice, você está escondendo alguma coisa de mim? — Sterling perguntou, estreitando os olhos. Ele sentia que havia algo estranho em Clarice, mas não conseguia identificar exatamente o que era. Clarice sentiu o coração apertar, mas rapidamente recuperou a calma. Ela sorriu e respondeu: — Sterling, você pode investigar tudo sobre mim, eu poderia esconder alguma coisa de você? Ela sabia que ele era desconfiado por natureza e que seus segredos não ficariam escondidos por muito tempo. Por isso, precisava sair da vida dele antes que ele descobrisse a verdade e colocasse em risco o bebê que ela carregava. O sorriso dela parecia forçado, o que só aumentou a desconfiança de Sterling. Ele começou a se perguntar o que, afinal, Clarice estava escondendo dele. Ele deu um passo à frente e estendeu a mão para puxá-la pelo braço, mas foi interrompido por uma voz feminina atrás dele. —
Teresa pensou por um momento, tentando entender o que estava acontecendo, mas, por mais que tentasse, não conseguiu chegar a nenhuma conclusão. No fim, respirou fundo, mordeu o lábio e, com a voz baixa, disse: — Sterling, estou com vontade de vomitar. Você pode me ajudar? Ao ouvir Teresa dizer que queria vomitar, Sterling não pôde evitar lembrar de Clarice vomitando em cima dele mais cedo. Teresa vivia reclamando de enjoos por causa da gravidez, mas Clarice também havia vomitado de forma inesperada. Será que era possível que Clarice estivesse mesmo grávida? Sterling ficou em silêncio, perdido em seus pensamentos. Teresa, ao perceber sua reação, começou a se sentir inquieta. Ele nunca agia assim na frente dela. Por que estava tão diferente naquele dia? Enquanto mil pensamentos passavam por sua cabeça, a voz grave de Sterling interrompeu o silêncio: — Você ainda quer vomitar? Teresa assentiu freneticamente, emitindo um som baixo de confirmação. Sem dizer mais nada, Sterli