Uma tempestade? Eu não me lembro de ter visto uma tempestade na previsão do tempo. Mas estávamos afastados da cidade, então não seria surpresa que aqui o clima fosse outro. Enquanto eu fazia o check-in, analisava a situação com cuidado. Sem celular, sem internet e, segundo a senhora nervosa à minha frente — que já havia pedido desculpas umas cinco vezes —, sem telefone também. Maravilha. Sem conexão com o mundo. Respirei fundo, mantendo o rosto impassível, mas o incômodo era real. Esse dia se tornava cada vez mais imprevisível e isso me irritava profundamente.
Olhei ao redor e reparei nas paredes antigas da pousada, adornadas por móveis que pareciam ter resistido a uma década de tempestades como aquela.
Sofia e Celina estavam sentadas no sofá gasto do saguão com as roupas ainda úmidas.
— O senhor deseja um quarto ou dois? — perguntou a mulher.
Olhei para a Celina e Sofia. Dividir o quarto não fazia sentido. Eu tinha dinheiro para pagar três quartos se qu