Celina - Capítulo 17

Assim que entramos no carro e Gabriel deu ré, o som inconfundível de um pneu estourando cortou o ar, deixando um silêncio pesado no ambiente. Antes que ele pudesse reagir, um segundo estrondo ecoou, e eu congelei por um momento, tentando manter a expressão o mais natural possível. Meu coração acelerou um pouco, mas mantive a calma. Eu tinha feito minha parte, e agora o resto estava nas mãos do destino.

Gabriel saiu do carro e foi até os pneus, encarando-os com um rosto fechado, quase implacável. Sofia e eu descemos do carro em seguida e eu fiquei analisando aquele homem. Seu olhar percorria os cacos de vidro espalhados ao redor, e pude ver a frustração crescendo nele.

— Que azar, senhor Gabriel! — exclamei, tentando disfarçar o nervosismo com um tom de surpresa. — Dois pneus furados de uma vez!

— Cacos de vidro? Aqui na grama, bem na entrada da pousada? — ele murmurou, a voz tensa, quase como se estivesse falando para si mesmo, tentando compreender o que
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