— Aurora, para com isso! Não vamos arrumar confusão, né? — Interrompei.
Não era dó do Rafael que me consumia, mas o medo das tretas que minha irmã podia se enfiar.
Ia me meter no meio quando o Breno me puxou com força pro colo dele.
— Deixa rolar, Bolinha foi adestrada para não acabar com ninguém. — Aurora respondeu, fazendo pouco caso.
— E outra, um lixo desse nem merece a baba da cadela. — Completou o Breno com meio sorriso.
Os berros do Rafael ecoavam pelo lugar, e o desgraçado não parava de gritar meu nome:
— Natália, a gente não acabou! Eu não aceitei! Está fazendo isso só para me provocar, eu sei...
Aurora deu uma risada sem graça e mandou:
— Bolinha, pega a boca dele!
Num piscar de olhos, o sangue escorria pelo rosto do Rafael todo.
Meu peito apertou, com medo da merda que ia dar, e disse:
— Aurora, para com essa palhaçada, pelo amor de Deus!
Bolinha olhou para mim, na dúvida.
Rafael se retorcia no chão feito minhoca.
— Aurora, chega! Se der merda de verdade... — Insisti.