A porta se abriu de repente. O sorriso fácil de Aurora se petrificou ao avistar Breno estendido na cama. Vacilou por um instante, mas logo ergueu a voz:
— Breno, seu sem-vergonha! Disse que prepararia surpresa para minha irmã, mas pelo visto é pior que susto!
Me interpus rápido, tentando remediar:
— Aurora, não é como pensa, nós só...
Breno se levantou com desenvoltura, cantarolando com leveza:
— Aurora, cada casal tem seus segredinhos, não é mesmo?
Aurora esfregou a testa, meneando a cabeça com resignação. Estendeu a mão para acariciar meu rosto, mas interceptei seu gesto:
— Ele estava dopado! Só dei uma ajudinha manual.
Seu semblante endureceu de repente, perguntando:
— Esses malditos fizeram isso com você outra vez?
Sobre Breno, Aurora já me havia contado toda a trama. A família Valente tinham dois herdeiros. Com o pai gravemente enfermo, o irmão mais velho se empenha em macular a reputação do caçula, o retratando como playboy inconsequente para desagradar acionistas.
Noss