Gabriel Ricci
O telefone tocava sem parar. Três chamadas perdidas de Pietro. Duas mensagens de voz de Andrei. Nenhuma resposta do contador . Merda.
Andei de um lado pro outro dentro do apartamento de cobertura como um animal enjaulado. As janelas escancaradas deixavam entrar o som abafado da cidade, mas dentro de mim, era só silêncio e pavor. Alguma coisa deu errado.
Pietro nunca sumia. Mesmo quando queria ser discreto, ele mandava sinal. E Andrei... Andrei me prometeu que o processo seria limpo, que ninguém rastrearia a operação. Mas agora ele também silenciou. Sabe o que isso significa? Pânico. Desespero. Gente correndo pra salvar o próprio rabo.
Peguei o tablet, abri o sistema de rastreio que o contador usava. Última localização? Uma maldita praia. Terça à noite.
A garganta secou. Sentei no sofá de couro, os cotovelos nos joelhos, a cabeça entre as mãos. Respirei fundo. Uma, duas, três vezes. Tentei organizar os pensamentos.
A culpa é do Marco. Aquele velho idiota acha