Vincent
A água estava gelada, mas não o suficiente pra me fazer sair. Mirella estava na rede , e eu fiquei ali, dentro do lago, olhando pra mulher que deitou meu império de cabeça pra baixo.
Ela ria sozinha, lendo um livro que provavelmente tinha mil páginas de medicina. E ainda assim, parecia tão leve quanto o vento que balançava o vestido dela.
Cheguei perto da margem, molhado, bagunçado, e ela me lançou aquele olhar de “não vem me molhar, Vincent” — o que, claro, eu ignorei completamente. Subi o deque e me joguei com tudo na rede onde ela estava deitada.
— Você é impossível! — ela reclamou, mas já estava rindo.
— E você é linda. A combinação funciona. — Beijei seu ombro molhado, deixando minha marca ali.
Mirella tentou manter o foco na leitura, mas logo jogou o livro pro lado. Virou de frente pra mim, as pernas entrelaçadas nas minhas, e ficamos ali, embalados, com o som do lago como trilha.Foi quando deixei escapar. Baixo, quase num sussurro.
— Quero um filho com você.Ela congelo