Mirella
Quando ouvi o nome “Allan” saindo da boca do Vincent, meu coração deu um salto estranho. Era um nome comum, mas no meio da conversa sobre guerra, carregamento e sangue, soou como um estalo vindo bater à porta, Tio Allan.
Meu “tio” de consideração, que aparecia de vez em quando com presentes e histórias de viagens misteriosas. Que me dava doces escondidos da minha mãe e usava aqueles relógios pesados, de ouro, com olhos sempre atentos, como se vigiasse o mundo.
— Você disse Allan? — perguntei, com a garganta apertada.Quando Vincent confirmou e o descreveu... meu estômago virou.
Não era coincidência, Sentei na cama tentando processar. Era como se todas as verdades que eu me esforcei pra manter separadas minha infância e o mundo de Vicent estivessem se chocando diante dos meus olhos.
— Ele... ele me chamava de pequena tempestade. Porque dizia que eu fazia bagunça até com o olhar. sorri sem humor, enquanto meu peito se apertava. — E agora ele é... seu fornecedor?
Vincent estava