Anneliese
O nome do meu avô caiu como um soco seco no meio do peito.
Leonel Baumann.
A última pessoa no mundo que eu queria decepcionar e, ironicamente, a que eu mais vinha decepcionando nos últimos anos. Ele me criou como uma princesa, mas eu virei o furacão que bagunça tudo por onde passa.
— Ele está bem? — perguntei, engolindo em seco, ainda coberta só pelo lençol da cama de hotel em Barcelona.
Ettore me olhou com aquele ar de quem já estava cansado de fazer papel de babá.
— Não dorme há dois dias. Acha que você foi sequestrada. Ou que se jogou de alguma ponte. Você sequer atendeu o celular desde que pisou nesta cidade com aquela sua trupe de delinquentes emocionais.
— Eu só queria... — parei.
O que eu queria? Fugir? Chamar atenção? Fingir que minha vida é incrível pra não encarar que não tenho ideia do que estou fazendo com ela?
— Você só queria esquecer que alguém se importa com você — ele completou. Direto. Sem dó.
Fiquei calada. Por mais que eu detestasse admitir, ele estava c