Enquanto observava Amara adormecer, com o leve gosto daquele beijo ainda nos lábios, Pitter deixou que seus pensamentos escapassem em sussurros quase inaudíveis, como se o próprio quarto fosse seu confidente.
— Amara… o que devo fazer? — murmurou, a voz embargada. — Eu não sou tão bom quanto você acredita.
Fechou os olhos por um instante e respirou fundo antes de continuar.
— Às vezes, fico assustado com o quanto você confia em mim… E se um dia descobrir que eu não sou o homem que imagina? Vai me deixar então?
A madrugada se arrastava silenciosa até que, por volta das cinco da manhã, o som insistente da campainha rompeu a tranquilidade.
Ainda sonolento, Pitter levantou-se e abriu a porta. Do lado de fora, Pietro estava ofegante, a expressão marcada pela urgência.
— Mano, não me repreenda agora! — disparou, quase sem fôlego. — É sério desta vez! Se você não for para casa imediatamente, Théo vai acabar destruindo tudo!
— O quê?! — A tensão atravessou o olhar de Pitter, que despertou po