A noite se instalara como um manto aveludado sobre o set, enquanto luzes quentes transformavam o cenário num quadro vivo. Lanternas artificiais imitavam a maciez da lua, e cada detalhe parecia cuidadosamente pintado para o momento que viria.
Lenno Bráz, já vestido com o figurino impecável, tentava disfarçar a inquietação. Apesar de anos de experiência, havia algo diferente naquela noite. Talvez fosse o fato de que, mesmo no tempo em que ele e Amara haviam namorado, nunca chegara a segurá-la pelas mãos… muito menos a beijá-la.
O destino parecia zombar dele: a primeira vez aconteceria diante de câmeras, luzes e olhos curiosos.
Enquanto respirava fundo, sentiu um toque firme nas costas. Virou-se e deu de cara com Amara. Ela vestia uma fantasia elegante, os cabelos presos num rabo de cavalo alto, e um sorriso despreocupado que não deixava transparecer nada do que pensava. Aproximou-se, jogando o braço sobre os ombros dele com naturalidade.
— O que foi, loirinho? Está nervoso? — provocou.
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