Amara ajeitou os fios de cabelo atrás da orelha e falou num tom leve, tentando esconder o cansaço:
— Se eu não consigo lidar com problemas pequenos como esse... como vou sobreviver na indústria do entretenimento? Você não me disse que acreditava em mim?
Pitter a observou em silêncio, os olhos mais duros do que o habitual.
— Bem... sua aparência não está muito convincente agora.
Aquelas palavras a pegaram desprevenida. Só então Amara lembrou da maquiagem. Olhou o próprio reflexo na janela do saguão e explicou com pressa:
— Ah, isso? Eu mesma fiz. Deixei a pele pálida, desenhei olheiras... só pra dar uma ideia de exaustão, entende? Não estou tentando parecer forte, só... estratégica. Posso tirar, se quiser.
Mas antes que ela terminasse a frase, Pitter estendeu a mão. A ponta dos dedos tocou de leve suas bochechas, depois deslizou com delicadeza até abaixo dos olhos.
Foi um toque leve, quase nada. Mas Amara estremeceu.
Como um estalo elétrico, aquela carícia inesperada percorreu seu corpo