Quando o carro passou pelos portões imponentes da vila, Amara perguntou num tom distraído, quase como quem não queria saber demais:
— Lenno Bráz, em qual casa você mora?
— Número 6 — respondeu ele, com a maior naturalidade do mundo.
O coração de Amara deu um salto. Número 6?
Ela prendeu a respiração por um instante. O Palácio de Diamantina era dividido em níveis distintos, quase como uma hierarquia invisível. No topo, estava o número 8, onde morava Pitter — o poderoso, o bilionário CEO, o temido.
A segunda casa dele era quase um santuário: um lago nos fundos, um jardim que parecia de revista e até um campo de golfe particular. Logo abaixo, o número 7, onde vivia Pietro. E ao lado, discretamente ali, o número 6...
Ninguém sabia ao certo quem era o dono do número 6. Agora, Amara descobria — de maneira nada sutil — que pertencia a Lenno Bráz.
Ela tentou disfarçar a surpresa, mas seus olhos a traíram por um segundo.
Quando o carro fez menção de virar à direita, Amara se inclinou levemente