Amara correu pelos corredores do aeroporto, desviando da multidão enlouquecida como quem fugia de um incêndio. Sabia que não podia aparecer como ela mesma. Não naquele caos. Não com aquele homem à sua espera.
Quando encontrou o banheiro mais próximo, trancou-se no primeiro cubículo. Abriu a grande bolsa preta e tirou de dentro um pequeno estojo de maquiagem profissional, um lenço envelhecido e uma peruca de fios brancos. Em minutos, a jovem atriz havia sumido. No espelho, refletia-se agora uma senhora franzina, de pele enrugada e roupas surradas.
Estava ajustando os óculos de grau falso quando o celular vibrou.
Rei Corrompido: “Amara! Você tem cinco minutos pra aparecer na minha frente ou vou anunciar nosso relacionamento pra imprensa.”
Ela soltou um “Caramba!” abafado.
Respirou fundo, conferiu a maquiagem uma última vez e saiu do banheiro com passos arrastados. Havia um plano. Louco, mas era o único.
Chegando à área mais movimentada do saguão, começou a se esgueirar entre as pessoas,