No interior do carro luxuoso, Théo segurava o telefone com as duas mãos. Seu olhar revelava ansiedade e um sofrimento silencioso. Havia algo de infantil em sua expressão — como se carregasse mais perguntas do que respostas. O telefone permanecia mudo. Nada. Nenhuma resposta. Nenhum sinal.
Pitter soltou o cinto de segurança e ajeitou o paletó com um movimento contido, mas decidido.
— Vou dar uma olhada. Fique aqui, Théo.
O menino imediatamente agarrou a ponta da camisa do pai, sem dizer nada. Só aquele gesto já bastava: ele queria ir junto.
— Se ela estiver bêbada, só posso carregar um de vocês. — A voz de Pitter soou firme, mas paciente.
Théo inflou as bochechas em protesto, como se estivesse prestes a explodir. Não era mais uma criança. Não queria ser tratado como uma.
Pitter o encarou por um segundo mais longo.
— Infelizmente, minha confiança em você ainda está abalada desde o que aconteceu na última vez. — disse, num tom mais grave. — Não posso correr o risco de você se perder novam