Lorenzo Narrando… (continuação)
Saí da sala sem olhar pra trás. O som das vozes abafadas foi ficando distante conforme eu atravessava o corredor principal da V-Tech. Meus passos ecoavam no mármore, cada um medido, controlado. Por dentro, porém, a fúria ardia. Eu não suportava a ousadia dele. A maneira como Grégory me desafiava, me deixava puto.
Entrei na minha sala, fechei a porta e soltei o ar com força. O reflexo no vidro mostrava meu próprio rosto — frio, mas com o olhar pesado. Peguei o copo de cristal, servi um pouco de água e me sentei na poltrona de couro, tentando colocar os pensamentos em ordem.
Cinco minutos. Era tudo o que eu precisava pra retomar o controle.
Mas, é claro, o destino não me daria nem isso.
A porta se abriu com força, sem sequer bater.
Grégory entrou, atravessando a sala como se fosse dono do lugar.
— Você perdeu completamente o juízo, Lorenzo. — A voz dele era firme, raivosa. — Isso foi um insulto profissional.
Abaixei o copo lentamente, sem