Helena narrando...
  O cheiro de café fresco me guiou até a sala de refeições. Eu já tinha visto aquele espaço no dia anterior, mas entrar nele pela manhã foi diferente. O sol filtrava pelas enormes janelas, refletindo nos detalhes da decoração. E, no centro da mesa, havia um verdadeiro banquete.
  Frutas cortadas em arranjos tão perfeitos que pareciam saídos de uma revista, pães de todos os tipos — integrais, crocantes, doces, recheados —, frios organizados em leques coloridos, queijos de formatos diferentes, geleias em potinhos de cristal, sucos de cores vivas. Era tanta fartura que por um momento fiquei sem saber por onde começar.
  Na minha casa, o café da manhã sempre foi correria: um pão dormido esquentado na frigideira, café preto forte e, quando muito, um pedaço de fruta. Ali, parecia que cada detalhe tinha sido preparado para uma realeza.
  Senti minhas bochechas corarem de vergonha. Eu não sabia se deveria me sentar na ponta da mesa, no centro, ou em qualquer lugar. Acabei e